Tomando os seus desejos por realidades, o PSD, perante notícias que davam conta que o Governo espanhol iria rever todos os projectos de TGV, logo concluiu que a Espanha iria suspender o TGV desde Madrid até à fronteira portuguesa. Daí a exigir que o Governo português desistisse definitivamente do projecto de alta velocidade, foi apenas mais um passo. Com o argumento de que seria "uma loucura se o Governo pretender prosseguir este projecto depois de conhecida a posição espanhola de suspender o TGV do lado de lá da fronteira". E era, se fosse verdade. Só que do lado de Espanha não tardou a confirmação de que “não haverá qualquer alteração à execução da linha de alta velocidade entre Madrid e a fronteira com Portugal e que todos os compromissos que foram assumidos se mantêm”.
Estamos pois perante conclusões apressadas que um pouco de bom senso teria podido evitar. De facto, seria suficiente ter em atenção que a ligação por TGV entre Madrid e Lisboa foi objecto de um compromisso entre os dois países, para não lembrar a ninguém, nem ao PSD, que a eventual suspensão do projecto não tivesse também de passar, forçosamente, por novas negociações. De que não havia notícias, nem indícios.
Se o povo diz que "as cadelas apressadas parem cachorros cegos", digo eu, à minha conta, que conclusões apressadas também não podem gerar coisa boa. Como se vê, pelo exemplo.
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