terça-feira, 4 de maio de 2010

De surpresa em surpresa

Temos, pois, de volta e em força, o discurso de Manuela Ferreira Leite. Mas, sendo assim, por que razão puseram a "Nossa Senhora das Certezas" e da "Verdade" a andar?
Será que esta gente já fez as contas ao reflexo e ao peso nas contas públicas derivado do aumento do desemprego que uma tal decisão inevitavelmente geraria? Ou um tal resultado não é para ter em conta?
Se calhar, não, como porventura também lhes é indiferente que, por estas e por outras, o país entre em depressão, quando até já indícios de alguma recuperação (v. aqui, aqui e aqui; a fonte aqui).

7 comentários:

titio disse...

Errado caro amigo. Entre 2002 e 2006, a redução da actividade na construcção foi de cerca de 30%. O desemprego manteve-se estável, o que significa que a construcção não tem tanto impacto como se pensa no emprego. Na região norte é que o fecho de fabricas resultou em desemprego de quase 20% em certos concelhos, mostrando que é esse o factor mais importante no desemprego. E a construcção do TGV vai contribuir para a redução de desemprego possivelmente da Ucrânia ou Roménia... Porque razão não de ajuda de uma forma frontal e a sério o empreendedorismo e a criação de empresas? Terá o bloco central e os Boys medo de criar uma economia independente do estado?

Francisco Clamote disse...

Errado estarei, caro titio, mas sempre pensei e penso que as obras públicas requerem muita mão de obra. Mas, se calhar, estou mesmo errado, se considerarmos que os ucranianos, os romenos, os caboverdeanos que cá vivem, não são gente. Que sei eu.
Quanto ao mais, faço-lhe notar que me parece haver no seu discurso uma contradição entre defender, por um lado, uma maior ajuda ao empreendorismo e, por outro, "uma economia independente do estado". Fará o favor de convir que uma economia independente do estado e maior ajuda por parte deste não faz muito sentido. Ou fará ?

FM disse...

O amigo titio deve ser colega da manelita lá no banco onde a senhora trabalhava.
Caro amigo aceite este reparo de quem trabalha precisamente na área da construção e que lida com todos os ramos adjacentes a este. O desemprego ter-se mantido estável é uma alarvidade que não deve ser repetida. Conheço dezenas de construtores que deram fim de actividade com consequentes despedimentos, dezenas de empresas que tinham 10/15/20 empregados e que por não haver vendas e novos projectos imobiliários hoje têm 3/4/5 empregados. Conheço dezenas de empresas de decoração que haviam aberto lojas e fecharam-nas, conheço imensas lojas de iluminação que fecharam, casas de venda de tintas encerradas, firmas de canalização que reduziram o pessoal ao mínimo e reduziram stocks abaixo do mínimo, engenheiros civis a coordenar projectos hoje que apenas vivem das certificações energéticas, camionistas que haviam investido em viaturas próprias vêem os seus fretes reduzidos em mais de 75% (alguns estão a entregar as viaturas aos bancos), etc, etc, etc.
A construção tem um peso demasiado importante na nossa economia para ser analisado de uma forma superficial e politizada, e trazer para esta discussão a questão do desemprego da Ucrânia e da Roménia é no mínimo ignorância.

Costa disse...

não é muito dificil de perceber q para a direita direitona , quanto pior melhor, sen~~ao veja a brigada do reumatico q o pr(letra minuscula) se prepara para recebr, eles q sao os grandes culpados enquanto ministros das finanças , ao estado em q deixaram o pais, e mais, nao teem vergonha nehuma de se orgulharem de tal coisa, se fosse eu metia-me num buraco e tentava desaparecer
joão costa

MFerrer disse...

O amigo titio é um bem disposto!
Reina com a desgraça alheia.
No seu elevado sentido de humor queria distribuição de "ajuda" a quem? Faça lá o favor de explicar.
À família Azevedo?
À família Loureiro?
Ao Amorim?
Ou fazia-se uma chuva de euros sobre as zonas em que as empresas faliram e esperava-se qie medrassem?
E ainda não se perguntou porque raio as empresas fecharam?
Faça lá um esforço: Vai ver que um dia entenderá que houve uma crise que se somou à incapacidade nacional de reformar a indústria que era destinada às ex-colónias e aos imigrantes.
E a grande contradição, é como diz o paciente Francisco: Então era o Estado ( o contribuinte) a investir em nome de privados que a nada ficavam obrigados?
Quanto à xenofobia, tem uma máquina de calcular?: Então some lá os emigrantes portugueses em países à rasquinha e mande essa malta regressar à Madeira, ao Vale do Ave, À Beira Interior e depois vamos s ver quem é que fica empregado e aonde.
Isto não há paciência para tanta ignorância e tão atrevida!

Anónimo disse...

Leiam a entrevista no Público de hoje - caderno 2, do economista Vítor Bento e talvez mudem de opinião.
Ele é favorável a estes grandes projectos.
O homem tem massa cinzenta!
Acho eu.

Gabriela couto

Francisco Clamote disse...

Gabriela, eu também acho.