domingo, 2 de maio de 2010

Lições de canto ?

Mentiria se dissesse que não fiquei surpreendido com os resultados da recente sondagem feita pela Marktest que atribui ao PSD  39,8% das intenções de voto, ao PS 34%, ao BE 8,3%; à CDU 7,2% e ao CDS: 4,5%.
É verdade que boa parte da subida se fica a dever ao trambolhão do CDS. Paulo Portas que se cuide, pois o eleitorado à direita parece ter feito uma nova opção.
Ainda assim, a surpresa mantém-se, porque Passos Coelho não promete nenhuma terra por onde corra leite e mel. Muito pelo contrário, se bem julgo, tendo em conta as suas repetidas inflexões nesta  matéria.
De facto, a consolidação orçamental, na última versão conhecida de Passos Coelho, passa, não pelo aumento dos impostos sobre os rendimentos mais elevados, mas sim pela diminuição das despesas sociais e na área da saúde (com o consequente aumento dos níveis de pobreza e regressão em termos de bem estar social) e  pela redução do investimento público, com reflexo, designadamente, nas obras que requerem mais abundância de mão de obra, pelo que é previsível o aumento do desemprego, não sendo também de afastar a hipótese do regresso da recessão, se o investimento privado não recuperar.
Mas sendo assim, aonde ir para encontrar uma explicação ? Às lições de canto do novo líder do PSD? Ou, o que é mais provável,  estaremos apenas perante um caso de masoquismo dos eleitores, ainda que  passageiro, tendo em conta que 61 por cento dos inquiridos não quer eleições antecipadas ?

Sem comentários: