Não tendo obtido, durante as sucessivas inquirições de gente séria, como Henrique Granadeiro, Zeinal Bava e Manuel Polanco, qualquer prova em abono das teses que levaram o PSD e o BE a promover a Comissão de Inquérito ao negócio PT/TVI, Pacheco Pereira (& Cª) não tem pejo em utilizar material que um juiz (de Torto, que não de Direito) indevidamente lhe fez chegar às mãos.
Nada demove o "avassalador" Inquisidor e seus pares. Nem a letra da Constituição, nem a decisão de Mota Amaral, presidente da Comissão e deputado do mesmo partido (o PSD) de não permitir uso das escutas, por considerar, e bem, que em tal matéria há "uma barreira intransponível, pois "as escutas só são legitimamente utilizáveis em processo criminal, o que não é o caso". Decisão que o PSD teve que engolir pois a sua oposição não recolheu o acordo dos demais partidos (PS, BE, CDS e PCP) honra lhes seja.
Isolado na Comissão, o PSD, mesmo assim, não só se permite atropelar a Constituição República, como, num acto de desrespeito pela Comissão e de pura cobardia, ousa proclamar e concluir, pela voz de Pacheco, que "Não temos dúvidas, fundamentadas nos materiais enviados à comissão de inquérito, da existência no ano de 2009 de uma operação política de carácter conspirativo de controlo de órgãos da comunicação social, desenvolvida com conhecimento do primeiro ministro por quadros do PS nas empresas em que o Estado tem participação".
Se falo em cobardia é porque o PSD (e o Pacheco que lhe dá voz) sabem que, ao anunciarem tal conclusão, à margem da Comissão, não correm o risco de ser contraditados pelo visado (José Sócrates) que, ao contrário de Pacheco, não tem conhecimento das escutas, nem a elas tem acesso para as poder infirmar.
E concluo eu: a herança deixada por Manuela Ferreira Leite continua, pelos vistos, a ditar as regras no grupo parlamentar do PSD. E com Pacheco a comandar, bem se pode dizer que o PSD tem ali uma pesada herança.
1 comentário:
Perfeito!
Um abraço.
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