A crise política "não justifica" baixa do rating. Isto diz Passos Coelho em relação à decisão tomada pela Fitch de cortar o rating de Portugal em dois níveis, de A+ para A- tendo a agência de rating deixado bem claro, até para quem tem um mediano entendimento, que a decisão foi tomada, devido às dificuldades na implementação de medidas e de financiamento após o chumbo do PEC no Parlamento e da demissão do primeiro-ministro.
Passos Coelho, porém, não vê.
Só para o contrariar, também a agência de notação de risco Standard & Poor's desceu o rating da dívida pública de longo prazo de Portugal em dois níveis, de A- para BBB. E também esta agência justifica a decisão com o aumento da incerteza política provocada pelo chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) e pela subsequente demissão do Governo, o que pode prejudicar a confiança dos mercados e agravar os riscos de financiamento de Portugal.
Passos Coelho continua a não ver ou a fazer que não vê.
É compreensível que Passos Coelho procure "sacudir a água do seu capote", mas, como contra factos não há argumentos e, neste caso, os autores dos factos fizeram o favor de não deixar dúvidas, o melhor que Passos Coelho tem a fazer é ficar calado.
É que, se continuar a falar, sai asneira ou anedota. Só à conta de ontem já vai em duas, pelo menos. Se isto é para continuar, acho que vou passar a fazer colecção.
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