Vivem-se momentos difíceis, não há que negá-lo. Enquanto isso, os partidos vão-se entretendo em jogos florentinos, o Presidente da República, cúpula do sistema político, assume-se como contra-poder e os bem instalados na vida fazem de conta que o caso não é com eles, cuidando, acima de tudo, em manter os seus privilégios e toda a minha gente, ao fim e ao cabo, se acha com direitos, mas não quer saber de deveres.
É evidente que, nestas circunstâncias, a situação não tem saída, ainda que José Sócrates, com a sua proverbial perseverança, se esforce para encontrar uma porta e um caminho.
Parece, assim, evidente, que se não houver mudança de circunstâncias, também não será possível abrir uma nova via, por estreita que seja. E também me parece que a oportunidade está quase a chegar: com a recusa da aprovação do PEC IV, já anunciada pelo PSD, o PS não tem outra alternativa que não seja a de optar pela apresentação duma moção de confiança que, como é de prever, virá a ser rejeitada.
Não sei qual virá ser o resultado das eleições que a seguir virão, sendo porém certo que as dificuldades e a situação de aperto se vão manter se é que não se vão agravar, como é quase certo. Em todo o caso, recorrer a novas eleições é a única forma de confrontar todos (Cavaco, partidos e cidadãos em geral) com as suas responsabilidades, a que, duma forma ou doutra, têm fugido até agora.
E permitam-me que confesse aqui, à puridade, que alimento o desejo inconfessável de ver como é que os partidos políticos, em geral, e Cavaco e a sua facção, muito em particular, se vão sair da mais que previsível embrulhada que se seguirá, pois uma coisa é certa: quaisquer que venham a ser os resultados das eleições, os sacrifícios estão para durar.
1 comentário:
excelente e lucida analise...
parabens
abraço
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