"Estão já a tornar-se alvo da chacota pública, mas as declarações de vários membros do Governo (a começar pelo primeiro-ministro) sugerindo aos portugueses a emigração como forma de fazer face à crise merecem ser levadas a sério. Menos pela sugestão, que muitos tomaram por insulto, e mais pelo facto de serem governantes a fazê-la. Não um mas vários, com a agravante de ainda ontem o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, ter vindo a público mostrar o seu "orgulho" nos portugueses que em "dificuldades" foram para Moçambique e "agora estão a ter sucesso na construção do país". O que os governantes portugueses aplaudem, sem titubear, é a saída para o estrangeiro de mão-de-obra qualificada, o que deixará Portugal ainda mais miserável. Governos de países pobres costumam lamentar que trabalhadores e jovens mais qualificados os abandonem, porque precisam deles para superar o seu estatuto de pobreza. Portugal, talvez porque seja um pobre-rico, ou um rico-pobre, parece ter orgulho nesse abandono. Que o lamentasse, embora reconhecendo-se impotente para o travar, era uma coisa mas incentivá-lo só pode deixar no ar esta incrível mensagem: Portugal não vale a pena. Pelos vistos, governar assim também não."(negrito meu)
(Editorial do "Público" edição impressa de hoje)
E concluiria eu: este governo é uma vergonha que nos envergonha. Se é incapaz de governar e se tem consciência de que não sabe resolver os problemas do país, como o demonstram os incitamentos à emigração, só tem um caminho: pedir a demissão. Ou então que haja alguém que o demita. Antes que seja tarde.
1 comentário:
E não é preciso pôr mais na cartilha...
Isto já chega para denunciar a ignomínia.
Um abraço, Francisco.
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