A cimeira da União Europeia, qualificada à partida como a cimeira do tudo ou nada, terminou, mas, ao que tudo indica, em relação à crise do euro e das dívidas soberanas, a actual situação vai continuar mais ou menos na mesma.
A UE continua dividida, não apenas devido à intransigência do Reino Unido que pretendia obter "algumas derrogações às regras europeias de regulação dos serviços financeiros", mas sobretudo devido ao facto de o coro continuar desafinado, pois são quase tantas as vozes e os tons quantos os países representados. É verdade que há excepções como é o caso de Passos Coelho cuja voz se rege pelo diapasão da senhora Merkel, mas o número dos afinados não dá para formar um coro que se faça ouvir aos "mercados".
Com a Europa a duas velocidades, sem que se tenham afastado todas as dúvidas sobre a aprovação do acordo intergovernamental a consagrar um novo pacto orçamental entre os 17 países do euro e continuando o BCE a não assumir o papel de financiador de último recurso dos Estados membros, é muito provável que a instabilidade da zona euro se mantenha tal como como as ameaças das agências de rating que, ao que parece, já nem elas acreditam na receita da senhora Merkel/Passos Coelho: “Estratégias de ajustamento que se baseiem apenas num pilar, a austeridade, correm o risco de o remédio tornar a doença pior”.
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