António José Seguro mostrou-se hoje incomodado com o facto de Passos Coelho, durante o debate na Assembleia da República ter revelado que o PS , durante uma audiência em São Bento, admitiu rever a sua oposição em matéria de constitucionalização do défice, considerando que Coelho, ao proceder de tal forma, foi "indelicado".
António José Seguro que, diz-se por aí, é amigo pessoal de Passos Coelho, já tinha obrigação de o conhecer e de saber que Passos Coelho não só é capaz de revelar uma confidência, como não lhe custa nada faltar à verdade, se tal lhe convier.
Hoje mesmo, Pedro Silva Pereira prova, por A+B, que Passos Coelho usou uma vez mais do expediente da mentira quando veio afirmar que o imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal serviu de moeda de troca para obter autorização da troika para utilizar os fundos de pensões da banca para cumprir o défice acordado.
Diz Silva Pereira:
"Sucede que esta história, novinha em folha, não bate certo. A verdade é que o primeiro-ministro anunciou o corte no 13º mês logo no dia em que apresentou no Parlamento o Programa do Governo, a 30 de Junho. Nessa altura, garantiu até que tinha tomado a decisão de véspera, depois de conhecer os números do INE do 1º trimestre. E não fez nenhuma referência a ter consultado de urgência a troika, nem sobre essa medida, nem sobre quaisquer alternativas. O que disse foi outra coisa: "Tomamos hoje essa medida para que o País não seja sujeito, como foi em anos anteriores, à necessidade de chegar ao fim do ano adoptando medidas extraordinárias (...), e é isso que não acontecerá este ano". Ou seja: o corte no 13º mês não foi uma contrapartida para o recurso aos fundos de pensões, foi, isso sim, a escolha de um Governo que em Junho nem sequer queria recorrer aos fundos de pensões (medida que só foi decidida no final de Agosto, no Documento de Estratégia Orçamental). Por aqui se vê que as duas medidas nunca andaram ligadas."
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