É hoje claro para quem observa, sem palas ideológicas, a situação portuguesa que nunca conseguiremos pagar a dívida nas condições usurárias que nos foram impostas, as quais, gerando recessão e bloqueando o crescimento da economia, constituem o principal obstáculo a esse pagamento, forçando sempre a novas e sucessivas "ajudas", numa espiral de endividamento cujos resultados estão à vista na Grécia.
Assim, a reestruturação da dívida será, mais tarde ou mais cedo, uma inevitabilidade. Aos credores interessa que seja o mais tarde possível, quando o país estiver já completamente exaurido e sem património que vender ao desbarato. Nessa altura, tudo o que puderem ainda sacar será bem vindo. Aos portugueses interessa que seja já, enquanto ainda dispomos de uns restos de soberania.
A desassombrada afirmação de Pedro Nuno Santos, de que devemos "marimbar-nos para os credores" e usar todas as armas para obter condições que nos permitam pagar o que devemos e sobreviver como país independente, seria o desiderato patriótico de qualquer Governo que não agisse apenas como submissa correia de transmissão dos interesses da Sra. Merkel.
(Negrito meu)
Manuel António Pina in JN
2 comentários:
Manuel António Pina é um dos mais esclarecidos e independentes colunistas da nossa praça. Não perco uma crónica, mesmo quando ando por fora.
Estou de acordo, Carlos. E um excelente escritor.
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