sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

"Este país não é para doentes"

"A morte de um idoso num serviço de urgência pode ser uma inevitabilidade, por mais dolorosa que seja para a família. Aos profissionais de saúde falta o dom divino de fazer milagres. Mas um idoso morrer na urgência sem ser visto por ninguém habilitado para esse fim é uma indignidade. Uma indignidade extrema, que merece reflexão e resposta célere.
(...)
Por mais que os hospitais abram inquéritos a apurar responsabilidades, e o Ministério da Saúde venha apontar o dedo à organização das escalas dos médicos, há dados objetivos que explicam a anómala situação nas urgências. O Governo português, de acordo com a OCDE, cortou o dobro no financiamento do Serviço Nacional de Saúde do que era exigido no memorando de entendimento com a troika. E também aqui não existem milagres. Sem meios, sem profissionais, é impossível atender os doentes com dignidade. Os sem alternativa, esperam horas e horas a fio nas urgências dos hospitais públicos. Os outros, nem lá vão. Têm seguro de saúde e dirigem-se ao privado. Este país não é para doentes (velhos ou não) desapossados do vil metal."
(Paula Ferreira. Na íntegra no JN. Destaques meus.)

2 comentários:

Majo disse...

.
~ O SNS nunca viveu dias tão dramáticos!

~ Por cá, no atendimento noturno temos uma equipa médica que parece fixa,
formada por dois moldavos, um dos quais, mal sabe falar a nossa língua.
~ ~ ~

Anónimo disse...

Paulo Macedo era o melhor ministro deste governo, não era? Mas, para ser justo ( e confiando no que a MFL ontem disse na TVI) boa parte da culpa na destruição do SNS cabe a Marilu.