«Numa economia normal, o emprego dependeria do crescimento económico e o desemprego seria o que resultaria da criação ou não dele.
Em Portugal, nos últimos tempos não tem sido bem assim. Por várias razões. Inserindo-se numa zona de livre circulação de pessoas, emigra-se. As políticas ativas de emprego, suportadas por fundos europeus e pela Segurança Social, têm ocupado, como nunca, muitos desempregados. A dimensão da austeridade, destruindo a esperança, desencoraja a procura de emprego, condição estatística para ser desempregado.
(...)
Em 2015, a nuvem desemprego continuará elevada. Estável, ficticiamente, se houver emigração e capacidade orçamental para ocupar desempregados. Piorará, se o petróleo devolver, de Angola ou Brasil, portugueses emigrados.
Sem um crescimento económico próximo dos 2%, o desemprego será sempre uma nuvem negra. Nenhuma organização previu aquele valor. Logo, assim continuará, negro. A novidade, não esperada, da queda dos preços do petróleo, a par das taxas de juro, pelos efeitos nos preços dos combustíveis e nos encargos com a habitação, podem renascer alguma procura interna que sustente o crescimento. Ou, então, as cidades de Lisboa e do Porto talvez possam continuar a ter um ano turístico excecional. A economia, continua, contudo, na sua generalidade, muito ténue para inverter o ciclo negativo dum triénio a empobrecer.»
(Francisco Madelino. Na íntegra: aqui)
2 comentários:
Eles tudo farão para mascarar os números do desemprego durante este ano,na tentativa de serem reeleitos.
Temo que consigam enganar muitos incautos.
O que vale é que o "nossos" primeiro disse que este ano os portugueses veriam as nuvens negras a afastarem-se...
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