domingo, 12 de julho de 2009

Quanto pior melhor ! (Take 2)

Afinal, o PCP não está isolado na estratégia de entregar à direita a governação do País. Francisco Louçã não encontrou melhor forma de responder ao apelo de Manuel Alegre dirigido às forças de esquerda, com vista à união de esforços para evitar a vitória dos partidos da direita nas próximas eleições legislativas, do que desencadear um novo ataque contra o PS. Aproveitando as palavras de Manuel Alegre, Louçã recusa, no entanto, qualquer ideia de unidade das forças de esquerda, afirmando-se convencido de que o Bloco de Esquerda é a força "capaz de provocar o sobressalto pedido pelo socialista Manuel Alegre para trazer responsabilidade à política e acabar com a crise de governabilidade de Portugal".
Não há dúvida que, com tamanha presunção e arrogância, o Bloco vai longe e a esquerda em geral, com tanta divisão, também.
Dê, pois, Louçã "o salto enorme" de que fala. E sozinho, já que assim prefere, sendo que também não haverá muitos interessados em saltar para o desconhecido. Falo por mim.

5 comentários:

Anónimo disse...

Mas afinal quem quer entregar Portugal á direita, não serão as politicas de implementadas pelo Socrates , algumas com o apoio entusiasta dessa mesma direita?

Olhe por exemplo, o Codigo do Trabalho, e as suas medidas de facilitação do Lay-Off e dos despedimentos que todos estamos já os sentir os efeitos.

Afinal quando Louçã denuncia estas e outras politicas, denuncia os escândalos em que o PS Socrates se envolveu, não está a cumprir a sua obrigação como cidadão de esquerda?

Ou pelo contrário querem que a esquerda se cale, apoie o Socrates para ele voltar a governar com a mesma visão, conversa de pseudo- esquerda e prática e política de direita, a favor do patronato e dos tubarões da finança.

Quase 300.000 portugueses no desemprego sem subsidio de desemprego, e perante esta chaga qual a resposta de Socrates.... NENHUMA.

Mas quando o BPP ou o BPN precisam do aval do Estado de CENTENAS DE MILHÔES, o governo através da CGD tem toda a disponibilidade, isto é ser de esquerda....só se fõr na cartilha do Socrates, no tempo em que era militante da JSD.

mdsol disse...

Fala-se muito, não é?

:)))

Quint disse...

O anónimo que iniciou os comentários esqueceu-se duma coisa quando diz "quando Louçá denuncia não está a cumprir a sua obrigação como cidadão de esquerda".
A obrgação da denúncia sobre o que possa estar mal impende sobre todo e qualquer cidadão.

A Louçã não entregou, que eu saiba, a Nação nenhum título em exclusivo de defensor da coisa pública.

Uma coisa é a luta no plano ideológico e partidário e outra bem diversa a opção de poder.
Ora, sabe-se, penso eu, que o Bloco de Esquerda ensaia, isso sim, formas de crescimento mas não de tal maneira que o levem a ter de receber dois beijos de morte: um, aliando-se ou apoiando o PS porquanto Louçã já percebeu que o crescimento eleitoral do BE passa mais por aí do que esvaziar o PCP; outro vindo do PCP numa hipotética coligação de Esquerda alargada.

O BE tem um projecto, legítimo, aliás, que visa fazer dele o terceiro maior partido português mas sem que, até ao momento, se tenha mostrado disponível para dar o passo seguinte: o exercício do poder.
Isto porque é sabido que uma coisa é o conforto da Oposição e outra bem diferente o do Poder!

Ora, a existência deste dilema no seio do BE e a ausência de uma possível plataforma de entendimento com o PCP, dificultam mais a vida ao PS do que ao PSD que apenas tem à sua direita um PP que está sempre sôfrego de uns lugares na governação.

Paralelamente, e tirando o caso mais emblemático de Lisboa, é sabido que o PCP, por exemplo, nas autarquias mais depressa viabiliza um "governo" minoritário do PSD do que do PS.

Francisco Clamote disse...

Caro Ferreira-Pinto:
Estou inteiramente de acordo, como é óbvio. Abraço.

Anónimo disse...

Acompanho Clara Ferreira Alves que, em recente programa televisivo ironizava que, se num futuro próximo, tivéssemos na presidência o dr. Silva e no governo a dra. Leite, reservaria lugar em qualquer voo para o Brasil..E eu, melancólica, embebo-me na nostalgia poética de Mário de Sá-Carneiro e pergunto-me quanto tempo, como povo, ainda temos, para ultrapassar este déficit crónico da nossa vontade colectiva..

Um pouco mais sol-eu era brasa,
Um pouco mais de azul- eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa..
Se ao menos eu permanecesse aquém...

.........................

De tudo houve um começo..e tudo errou...
-Ai dor de ser-quasi, dor sem fim...
Eu falhei entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou..

...........................

Se me vagueio, encontro só indícios..
Ogivas para o sol, vejo-as cerradas:
E mãos de herói,sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...

.......................
Um pouco mais de sol-e fora brasa..
Um pouco mais de azul-e fora além,
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém..


Beijos nostálgicos-Ginginha