segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Observação dos dias (XXXI): Do tempo e modos


O tempo é, como se vê por esta imagem tirada da minha janela, chuvoso e cinzento a mais não poder ser.
Para as Bolsas de Valores, no entanto, o dia corre de feição. Senão vejamos: a Bolsa de Tóquio fechou a primeira sessão de 2010 em alta com o índice Nikkei a ganhar 1,03%; invejosas, a Bolsas de Lisboa, Paris e Frankfurt também começaram o ano a subir e Lisboa fechou mesmo a ganhar 1,64%; e, para não ficar para trás, a Bolsa de Nova Iorque também abriu em alta (valorizando, nesta altura, o Dow Jones Industrial 1,8 % e o Nasdaq Composite 1,54%) e fecha em "ligeira alta" (modo de humor ?) com ganhos de 1,50% (Dow Jones) e 1,73% (Nasdaq).
Dir-se-ia que os investidores estão bem mais animados do que George Soros para quem (cito daqui) "a recuperação pode perder o gás e ser seguida por um segundo abrandamento económico, abrandamento este que não sei se ocorrerá em 2010 ou 2011." Pois pode, digo eu também, revendo em George Soros, com estes modos, mais um Professor Karamba, a ser, no entanto, contrariado por mais umas quantas (a modos que) boas notícias que nos dão conta que: as taxas Euribor a seis e a 12 meses estão a subir (sinal de recuperação das economias?); os fundos de pensões portugueses valorizaram nove por cento em 2009 (ena pá!); Armando Vara regressou hoje ao BCP como consultor, notícia que, só por si, demonstra como este mundo é de modas. Ou modos?
Querem melhor ?
Sim, porque há melhor. Não falo da JP Sá Couto que facturou mais 35,7 por cento em 2009, mas sim da exigência dos Sindicatos dos bancários que reclamam (aplausos!) uma subida de 3% nos salários deste ano. A modos que isto é que era bom! Até já vejo o sol a despontar por entre as nuvens. Podem crer!
E podem crer também que, perante a garantia de Constâncio de que “Não somos os piores da Europa", visto que "Portugal tem uma dívida pública que até é inferior à de alguns países europeus", só não expludo de alegria, porque não quero dar razão a Cavaco ao falar de "situação explosiva" e porque (vá lá) est modus in rebus.
E, já agora, pergunto-me (mais um modo de falar) se Cavaco Silva, com a sua "situação explosiva" não estaria a referir-se à explosão das compras por alturas das festas de Natal e de Ano Novo. É que, de acordo com esta notícia, as compras "realizadas nos terminais de pagamento automático da rede Multibanco totalizaram 3.134 milhões de euros entre 1 de Dezembro e 2 de Janeiro", num montante superior em 11,10% em relação ao mesmo período do ano anterior. E esta, hein?
(actualizada)

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