Ocupado noutros afazeres durante todo o dia, só à hora do jantar tomei conhecimento do desastre natural que se abateu sobre a Madeira, levando numerosas vidas, contando-se, nesta altura 32 mortos e 68 feridos, não se excluindo a hipótese de estes trágicos números virem ainda a engrossar, dada a existência de desaparecidos. Isto, para além de enormes prejuízos materiais, onde se incluem a destruição de casas, estradas, pontes e numerosas outras infra-estruturas.
Perante a dimensão do desastre não me parece que faça qualquer sentido vir a terreiro, neste momento (que é de dor e de consternação) afirmar que o caos provocado pelas fortes chuvas na Madeira é também “consequência dos inúmeros erros de ocupação do território”. Digo isto porque, antes de mais, me parece que a afirmação carece de cabal demonstração, mas sobretudo, porque, nesta hora, o importante é garantir aos madeirenses a solidariedade e o apoio efectivo do todo nacional. É neste sentido que têm de ser entendidas as palavras de Cavaco Silva ("Penso que toda a nossa atenção deve estar voltada para o sofrimento das pessoas e para o grau de destruição que atingiu a ilha") e as do primeiro-ministro ao manifestar “toda a disponibilidade do Governo da República para cooperar na resposta à situação”, primeiro-ministro que, a estas horas, vai já a caminho da Madeira, se é que não chegou já lá, para se inteirar da situação no terreno, fazendo-se, ao mesmo tempo, acompanhar de alguns meios de ajuda imediata.
A oferta de colaboração por parte do Governo Regional dos Açores é também a prova da existência de um sentimento de solidariedade que faz todo o sentido e que me apraz registar, porque, nesta circunstância, nem precisamos de invocar a retórica para dizer que somos todos madeirenses, porque, de facto, somos todos portugueses.
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