sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

"Justiça" célere ? É no "Público" !

Formou-se hoje um "colectivo" de "juízes" na edição impressa do "Público", constituído por Pedro Lomba (um jurista - tinha de ser) por Luís Campos Ferreira (professor de Direito da Comunicação Social e deputado do PSD) e por Helena Matos (que se apresenta como ensaísta) com a finalidade de "julgar" o caso "Mário Crespo". Apesar de a história estar mal contada, segundo a versão de Nuno Santos que até esteve presente e que, não sendo parte interessada, é merecedor de mais credibilidade (como qualquer jurista que não seja Lomba, ou Campos Ferreira sabe); apesar da inconsistência da história, pois já teve várias versões, como se deduz desta entrevista; não obstante o facto de Crespo não se preocupar em saber, com rigor, a verdade, como se vê pela entrevista parcialmente transcrita aqui); e o facto de Mário Crespo afirmar não saber como é que a sua "crónica" foi publicada no site do Instituto Sá Carneiro, querendo fazer de nós parvos; certo é que os "juízes", sem qualquer contraditório e sem mais aquelas, disseram de sua "justiça", "botando" sentença, por unanimidade, sem apelo nem agravo, pois dela não há recurso, concluindo: Sócrates ist guilty.
Na "declaração de voto" do senhor professor de Direito da Comunicação Social chega-se a ler esta espantosa fundamentação: "Não sei o que se passou em concreto naquele hotel de Lisboa, mas sei (...) que é mais um jornalista conceituado a denunciar perseguições e atentados à liberdade de imprensa por parte deste Governo. Isso é o que eu sei (...) essa é que é a verdade, seja qual for a versão da conversa."
Se não visse com os meus olhos, não teria acreditado que um professor de Direito tivesse a ousadia de subscrever uma tal barbaridade. A sua "declaração de voto" faz-me, no entanto, lembrar as esdrúxulas posições defendidas pelo penalista (PSD) Pinto de Albuquerque, nos casos "Lopes da Mota" e "Face Oculta", pelo que concluo que o problema não é dele, ou melhor, não é só dele. É, antes de mais, da "escola".
Lomba nem discute o caso. Para ele é caso julgado e encerrado e daí parte para execrar o Portugal, "país de indiferentes". Já vi mais lamentos deste género, vindos da mesma "escola".
A "juíza" ensaísta vai mais longe e aproveita os "autos" para lavrar também sentença noutros casos que enumera. Em nenhum deles o primeiro-ministro é suspeito, arguido, ou réu, mas para a "juíza" ensaísta, Sócrates ist also guilty.
Queixam-se os portugueses, e com razão, que a justiça portuguesa é lenta, mas têm aqui a solução. É só dirigirem-se a este "colectivo" do "Público", formado, pelo menos na sua maioria, por pessoas do PSD. A "justiça" que obterão é a própria negação da Justiça - verdade acessível a qualquer jurista não pertencente à mesma "escola", ou a qualquer pessoa dotada de simples bom senso. Mas "justiça" mais célere não há!
(Também aqui)

6 comentários:

José Teles disse...

Junte-se com a capa do Sol, que Pacheco Pereira já conhecia antes de sair, e começamos a ver o filme todo. Vale tudo menos tirar olhos. Esta nova maioria começa a meter medo. Não admira que a cotação do País lá fora ande pelas ruas da amargura.

Costa disse...

ora eu não acredito nem numa palavra do q foi escrito ou descrito pelo sr mario.
não acredito q alguem como o primeiro ministro , , sobretudo ele , q tanto é escrutinado em alguns jornais foce dizer tal coisa em publico e perante ouvidos indiscretos, muito menos em dia d orçamento e para mais acompanhado de mais ministros , acho demasiado absurdo .

Anónimo disse...

Simplesmente brilhante.Toda a"escola" devia ser obrigada a escrever um mihao de vezes este post. Talvez comecassem a perceber o que significa a palavra Decencia...

Mario disse...

Simplesmente brilhante.Toda a"escola" devia ser obrigada a escrever um mihao de vezes este post. Talvez comecassem a perceber o que significa a palavra Decencia...

Francisco Clamote disse...

Caro Mário:
Agradeço as suas palavras que me servem de estímulo, mas convém não exagerar. Em todo o caso, bem haja, como dizem na minha terra. Abraço.

Quint disse...

Isto já começa a parecer-se e muito com o mundo do futebol; muito diz que diz, muita aliança subterrânea, muito interesse esconsso ... enfim!