Demitiu-se o jornalista Luís Calisto do cargo de director do Diário de Notícias da Madeira., alegando a existência de um "regime de excepção criado à comunicação social madeirense", por Alberto João Jardim, a quem imputa a responsabilidade pelo sufoco em que vive o jornal que dirigia e a quem acusa:
- de beneficiar o Jornal da Madeira, propriedade do governo regional, com uma verba anual de 42 milhões de euros na última década, importância que corresponde cerca de dois euros por exemplar;
- de utilizar “os actos públicos para intimidar os empresários” que anunciavam no DN da Madeira;
- de reduzir “praticamente a zeros a publicidade oficial” no mesmo diário, entregando-a na quase totalidade ao Jornal da Madeira;
- de dar “ordens às instituições públicas dependentes do governo regional para cortar as centenas de assinaturas” do Diário de Notícias da Madeira;
- e de, finalmente, ter passado o Jornal da Madeira a gratuito, aumentando a sua tiragem de cinco mil para 15 mil exemplares com “delirantes custos cobertos integralmente pelos impostos do povo”.
Se todos estes actos, que até não são difíceis de comprovar, não constituem condicionamento da liberdade de informação, não sei o que seja tal coisa. E, no entanto, não vejo os deputados do PSD integrantes da Comissão de Ética e da Comissão de Inquérito ao negócio PT/TVI manifestarem qualquer preocupação a tal respeito, eles que tão afadigados andam na tentativa de demonstrarem, por todos os meios, incluindo os não lícitos, as alegadas interferências do Governo da República na comunicação social.
Digo eu que o comportamento dos deputados do PSD (e, porventura, não só) é deplorável, mas, ao mesmo tempo, tenho de reconhecer que outro comportamento não seria de esperar pois é consentâneo com a negação assumida por vários dirigentes do seu partido (como a ex-líder do partido, Manuela Ferreira Leite, o seu alegado, e nunca desmentido, mentor, José Pacheco Pereira e o seu alegado afilhado Paulo Rangel) de que não existe na Madeira qualquer défice democrático. Os mesmos que, curiosamente, inventaram e repetiram até à exaustão, durante a última campanha eleitoral a ladainha da "asfixia democrática". Com isto, é bom de ver que não há modo de serem levados a sério. Eu, pelo menos, não levo, nem creio na genuinidade do seu empenho na salvaguarda da liberdade de informação.
E, já agora, porque se falou em "estados de negação" no "post" anterior, querem melhor exemplo de quem vive em estado de negação da realidade ?
1 comentário:
só n percebo esse focar nos deputados do psd, a mim parecem-me todos diferentes todos iguais
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