Sabe-se que a comunicação social em geral está, actualmente, infestada duma estranha fauna que só por hábito ainda designamos por jornalistas, tão longe está da objectividade que estes, supostamente, deviam cultivar. Viu-se isso, mais uma vez, ao longo de toda a campanha eleitoral, onde pudemos assistir ao favorecimento descarado dum dos partidos concorrentes e que, não por mero acaso, acabou por sair vencedor: o PSD..
Por isso, já nada que venha desses lados nos devia causar particular admiração e, no entanto, ainda há quem nos consiga surpreender. Refiro-me, neste caso à jornalista Susana Martins, colega da (des)Graça Franco, da RR que, no final da digna declaração de despedida proferida por José Sócrates, não encontrou melhor pergunta para lhe fazer senão esta: Receia que o resultado das eleições abra caminho a novos processos judiciais ou acelere processos judiciais em curso?
Que uma tão insólita pergunta e tão a despropósito, tendo em conta as circunstâncias, não tenha suscitado nem uma simples observação entre os seus pares já é facto bem revelador das águas turvas em que a generalidade da classe dos jornalistas navega. A pergunta "obscena" não os perturbou. O que, pelos vistos e a avaliar pelo que vi escrito de relance por um tal Catarino numa coluna do Correia da Manha, foi o facto de a jornalista ter ouvido uns assobios de repúdio vindos da assistência, assobios prontamente interrompidos por José Sócrates.
Que fauna é esta, pergunto-me, que se delicia a escrever sobre vaias e insultos dirigidos aos ditos "poderosos", mas perde a compostura perante uns simples assobios de protesto? Serão os jornalistas intocáveis quais virgens vestais ? É que não vejo que tenham algum templo sob a sua guarda. A admitir que possa existir algum, só pode tratar-se do templo da lama, que é o meio ambiente onde agora vive uma boa parte de tal classe.
1 comentário:
Bem observado.Até quando teremos que aturar esta corja,que vegeta na CS portuguêsa.
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