terça-feira, 7 de junho de 2011

Di-las. Será que as pensa?

Passos Coelho, ainda não foi indigitado, muito menos nomeado como primeiro-ministro, andando, por ora, apenas em ensaios, mas já anda a "meter a pata na poça", passe, com toda  a vénia, a vulgaridade da expressão.
Digo isto porque não me parece que esteja a contribuir para "criar uma onda de confiança nos mercados", ao dar ênfase à sua intenção de, em matéria de medidas a tomar, ir mais longe do que o imposto pela "troyka".
Até lhe faço o favor de acreditar nas suas boas intenções, agora que se prepara para ser primeiro-ministro, (embora o mesmo não diga em relação a outras afirmações suas, proferidas antes do acto eleitoral) mas a meu ver, está redondamente enganado se julga que esta conversa comove os  "mercados". O efeito do seu anunciado propósito vai ser precisamente o contrário e nem é difícil chegar a tal conclusão. Desde logo decorre das suas afirmações que o virtual futuro primeiro-ministro não está muito convencido que  as medidas previstas no memorando sejam suficientes para resolver a crise, o que só pode levar os credores a ficar de pé atrás. E ao mostrar-se disposto a fazer tudo e mais alguma coisa, até a "surpreender", o seu discurso só está a contribuir para aumentar as exigências dos mercados.
Estarei enganado? Oxalá, porque caso contrário, o "surpreendido" acabará por ser ele e o país o prejudicado.

2 comentários:

Ana Paula Fitas disse...

Bem visto, Francisco! Desculpe-me a ousadia mas vou acrescentar um link para este post ao Leituras Cruzadas que publiquei hoje ao fim da tarde ... Obrigado.
Abraço.

S. Carvalho disse...

Caro Francisco, por mais apartidário e politicamente isento que se possa ser, a análise da "carreira" de PPC desde o congresso de Mafra mostra que , e para utilizar a sua expressão, quando não estava com a pata na poça, ou tinha acabado de a tirar da poça ou na poça a ia pôr. Infelizmente para todos nós, não creio que vá mudar. Tanto mais que agora vai ter uns quantos figurões à perna a meterem-lhe a pata nas poças que eles querem e não naquela que ele possa querer, se isso for contra os interesses deles.
A ver vamos...