É já hoje que irá ter lugar a reunião do Conselho de Estado, convocada pelo faz-de-conta-que-é-presidente da República e previamente anunciada pelo conselheiro-comentador Marques Mendes tendo em agenda a discussão sobre as “Perspectivas da Economia Portuguesa no Pós-Troika, no Quadro de uma União Económica e Monetária Efectiva e Aprofundada”, o sexo dos anjos.
A discussão à volta do tema agendado não deve durar muito, pois a conclusão é mais que óbvia: entre os anjos, há machos e fêmeas. Não há, de facto, outra forma de explicar, por exemplo, a existência em Portugal de tantos "anjinhos", existência que, por sua vez constitui a única explicação possível para termos, nesta altura, um Coelho a (des)governar o país e um Cavaco a residir oficialmente em Belém.
Dada a brevidade da discussão sobre a agenda, é de esperar que, pelo menos, alguns conselheiros de Estado aproveitem o ensejo para chamar a atenção para os assuntos que verdadeiramente preocupam e afligem os portugueses, tais como, o contínuo afundar da economia, o galopante aumento do desemprego e o alastrar da pobreza, consequência da actual (des)governação de direita. Isto, sem esquecer a progressiva desconfiança da população nos órgãos de soberania, fruto do irregular não funcionamento das instituições da República, a começar no dito (des)governo e a acabar no único órgão de soberania unipessoal, impessoalmente designado por Presidência da República, pois, como alguém muito bem disse, “a degradação e o espectáculo político da degradação das instituições já atingiram o topo da hierarquia”.
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