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Em 6 de dezembro de 2012, escrevi nas páginas do Correio da Manhã que António Guterres, "nesta hora difícil, tem o dever de colocar todas as suas capacidades e o capital de prestígio internacional que acumulou ao serviço de Portugal (e) assumir uma candidatura a Presidente da República". Fundamentei esse dever cívico no reconhecimento, pelo próprio, de que "ainda não fomos capazes de ressituar o país por forma a podermos garantir aos nossos cidadãos melhores níveis de emprego e de bem-estar" e na assunção, ao menos implícita, da respetiva quota-parte de responsabilidades. Estas linhas parecem-me cada vez mais atuais. Numa altura em que muitos cidadãos descreem da III República e do próprio Estado de direito democrático, não vejo alternativa fácil à candidatura de António Guterres. Nobreza de caráter, sensibilidade ético-social, inteligência brilhante e vasta experiência política são as qualidades que, sem grande originalidade, lhe apontei há dois anos e reitero agora. Essas qualidades não farão de Guterres um homem providencial mas renovam a esperança de muitos dos seus concidadãos. Vai dizer presente ou meter cera nos ouvidos?»
(Rui Pereira. Na íntegra: aqui)
Assino.
3 comentários:
Guterres está a resguardar-se e faz muito bem. O único problema é que se ele vier a candidatar-se, a direita dirá que ele só o faz porque não conseguiu o lugar de secretário geral da ONU
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~ Seria um excelente presidente, sem a mínima sombra de dúvida, porém, altruísmo tem limites e um deles, é a generosidade para consigo próprio.
~ Ninguém pode censurá-lo! Já prestou uma contribuição digna ao serviço público.
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Tem toda a razão, Majo. Também acho que se Guterres não aceitar candidatar-se a sua recusa não pode ser objecto de censura. cada um sabe de si e ele até pode considerar que a sua permanência ao serviço das Nações Unidas é uma missão não só mais gratificante em termos pessoais, mas mais importante em termos humanitários. Só que, eu, à semelhança de muita gente, não gostaria de o ver na Presidência da República. A citação da "carta" da autoria de Rui Pereira, tem, no que me diz respeito, esse significado. E só esse.
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