terça-feira, 12 de maio de 2015

A dimensão do desastre

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Em quatro anos, entre 2011 e 2014, uma enraivecida contra-revolução social abateu-se sobre pobres e desmunidos. Menos 50 mil beneficiários de abono de família, menos 64 mil do complemento solidário para idosos, menos 112 mil inscritos no rendimento social de inserção. Mais 31 mil desempregados no sentido restrito do termo, mais 113 mil desencorajados de procurar emprego, mais 80 mil desempregados de longa duração. De todos os desempregados, apenas 30% têm qualquer forma de cobertura social. Mais 146 mil cidadãos em risco de pobreza, 60 mil dos quais são crianças.

Chegam-nos agora os números de 2014 relativos às estatísticas vitais. Quando, em 2011, haviam nascido quase 97 mil crianças, em 2014, nasceram pouco mais de 82 mil. A perda acumulada de nados-vivos em quatro anos atingiu 19 mil nascimentos. Como é possível convencer os casais jovens a ter filhos, se um terço deles está desempregado e outro terço emigrado? Medida em termos de saldo fisiológico, ou seja, a diferença entre nascimentos e óbitos, nesses quatro anos o saldo negativo acumulado atingiu quase 70 mil portugueses. Se lhes acrescentarmos os 350 mil emigrantes que, entre 2011 e 2013, nos deixaram, na maioria jovens, activos e com formação média e superior, ficamos em condições de avaliar a dimensão do desastre.
(...)»
(António Correia de Campos: Contra-revolução enraivecida)

4 comentários:

Anónimo disse...

Para dizer uma coisa destas é como culpar o médico que não conseguiu salvar o doente... mas não falam que o doente tinha uma cirrose por ter passado 90% da sua vida a frequentar tabernas e não era para lá ir cantar o fado...

Francisco Clamote disse...

Médico? Não me faça rir, que o rir faz rugas.

Anónimo disse...

Chorar ainda faz mais rugas do que rir lol

Anónimo disse...

Chicamigo

O António Correia de Campos foi meu colega no Liceu Camões e dali ficámos amigos para sempre. É um Homem de Bem, conhecedor profundo destes aspectos e é PS. Foi ministro com Guterres e saiu-se muito bem.

Não gosto de"anónimos". Por isso eles não na nossa Travessa. Este, além de o tentar ser, é estranho, pois só lhe faltam as penas para ser burro.

"Deixa-los fala-los queles calarão- se-ão...

Abç