sexta-feira, 30 de setembro de 2016

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O mafarrico continua a fazer das suas!

«Acordo na Renault Cacia garante investimento de 150 milhões»
O Coelho bem que avisou que em Setembro vinha aí o diabo e, de facto, notícias destas, para ele, são piores que a chegada de belbezu.
(Notícia e imagem daqui)

Por terras da Beira Interior (registos fotográficos):Ponte sobre o rio Ocreza

 






Ponte sobre o rio Ocreza, na EN 233, entre Castelo Branco e Sarzedas e paisagem a nascente e a jusante  da ponte.
Nota: veja-se numa das fotos (5) o método utilizado no século XIX par unir dois blocos de pedra e admire-se o engenho.

domingo, 25 de setembro de 2016

Por terras da Beira Interior (registos fotográficos): "Anjo da Guarda"

  





Conjunto escultórico enquadrado numa rotunda na povoação da Estação da Guarda (Guarda-Gare).
A belíssima escultura do anjo, em bronze (presumo) é da autoria do escultor Pedro Figueiredo, autoria que, no entanto e lamentavelmente não se encontra assinalada no local. Eu, pelo menos, não a consegui descortinar.

sábado, 24 de setembro de 2016

Casa de orates

Há algum exagero no título, mas que o FMI se assemelha bastante a uma casa de orates afigura-se-me fora de dúvida. Trata-se, na verdade, de uma instituição internacional onde as divergências e a descoordenação são realidades evidentes. Isto, pelo menos, no que respeita à apreciação que a própria instituição faz relativamente à intervenção da troika em Portugal, pois, de facto, os responsáveis do FMI tão depressa apontam para a existência de erros, quer na análise da situação económica de Portugal, antes da intervenção, quer em relação às medidas que vieram a ser implementadas com vista a ultrapassar as dificuldades enfrentadas pelo país, como, com insistência, continuam a falar em sucesso do "ajustamento", apesar de tal sucesso se ter traduzido: numa enorme diminuição do PIB (que ainda não recuperou para os valores existentes anteriormente à vinda da troika, nem recuperará tão cedo); num significativo aumento do número dos pobres; no agravamento das situações de pobreza; no aumento das desigualdade entre pobres e ricos; na emigração de centenas de milhares de pessoas na força da vida; na destruição de milhares de empresas e até no enfraquecimento do sistema  financeiro. 
Perante resultados como estes, qualquer pessoa no seu perfeito juízo teria de concluir que a "receita" do FMI se traduziu num completo fracasso, bem como admitir que só numa casa de orates é que é possível continuar a existir gente como um tal Subir Lall que não se cansa de defender insistentemente a mesmíssima receita que levou ao desastre e que, no essencial, se resume a mais cortes nos salários, nas pensões e nas prestações sociais.
Felizmente, a receita do FMI tem cada vez menos defensores entre nós. Hoje já não falta quem faça uma apreciação negativa das propostas do FMI veiculadas pelo dito responsável, mesmo entre pessoas que, com maior ou menor entusiasmo, seguiam a doutrina da austeridade criadora que deu no que deu. Deixo dois exemplos em dois  textos, um da autoria do actual director do DN e outro da autoria do seu antecessor no cargo, publicados, por sinal, no mesmo jornal e  na mesma data. Aqui ficam os títulos e os links: FM o quê? (Paulo Baldaia); Já ninguém atura o FMI (André Macedo). Duas tomadas de posição bem elucidativas, acho eu.
Também é verdade, reconheço, que continua a haver por cá paladinos da TINA (There Is No Alternative ) como o Gomes Ferreira (da SIC) ou o Camilo Lourenço. Mas é uma pena, digo eu, continuarem por cá, porque, de facto, onde ficavam bem era lá. Na casa de orates.
(Ilustração daqui)

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

E não há dinheiro!...

«Em cinco anos saíram de Portugal mais de 10 mil milhões para offshores»"
(imagem e notícia, daqui)

Sem vergonha e sem memória

É o mínimo que se pode dizer da direita trauliteira que nos calhou em pouca sorte.
Ora veja:
«(...) Nunca os portugueses pagaram tantos impostos. E, portanto, a desconfiança do cidadão comum tem toda a razão de ser. Acontece que nada disto justifica a campanha trauliteira que, nos últimos dias, vem sendo protagonizada quer por alguns dos assalariados do PSD e do CDS, quer pelos comentadores que gravitam na sua órbita. Em primeiro lugar, por uma questão de memória. Se é verdade que os portugueses nunca pagaram tantos impostos, não é menos que a maior subida da carga fiscal se fez por decisão dos partidos de Direita. Ou já se esqueceram do brutal aumento de impostos provocado pelas mexidas nos escalões e pela sobretaxa de IRS, esse sim, com um efeito devastador para a classe média? Em segundo lugar, por uma questão de vergonha. Ou já se esqueceram que, em vez de procurar tributar o património e a riqueza (como aliás sugeriu o ex-ministro das Finanças do PSD Miguel Cadilhe, esse perigoso marxista), PSD e CDS optaram por cortar salários a eito, por castigar os desempregados e os doentes, por sacar as pensões aos velhos (e só não foram mais fundo porque o Tribunal Constitucional não deixou) e por tentar subir a taxa social única dos trabalhadores para valores pornográficos (e aqui foi o povo na rua que não deixou)?» 
(Rafael Barbosa; "Destrambelhados e trauliteiros". Na íntegra: aqui.)

Por terras da Beira Interior (registos fotográficos): Ponte de Sequeiros





 



Ponte sobre o rio Côa, nas proximidades de Valongo (Sabugal) conhecida pela designação de Ponte de Sequeiros.


(O rio Côa,  a nascente e a jusante da ponte,  respectivamente)
(reeditada)

terça-feira, 20 de setembro de 2016

"O Imposto Pedro Mortágua"

«Dois anos antes do "imposto Mortágua", que o PSD agora classifica de "tentativa de sovietização do país", Passos Coelho defendia exactamente o mesmo princípio fiscal. Confuso? É normal que esteja. Afinal, é do PSD que estamos a falar» (Luis Vargas)

(Nem sei se é caso para rir, se para chorar. As tantas, o melhor é chorar de tanto rir...)

Será pedir muito?

«Os ricos que paguem o que devem»

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Pouco juízo

A única conclusão que consigo extrair da entrevista dada pelo juiz Carlos Alexandre ao Expresso e à qual me parece ser lícito atribuir um elevado grau de segurança vai no sentido de que este juiz tem pouco juízo. 
Admito, porém, que se chegue a uma conclusão em sentido contrário, se se comprovar a hipótese que já vi levantada algures segundo a qual o homem andaria desejoso de se queimar. Se a intenção era mesmo essa, então teremos de concluir que o juiz, em vez de escassez ou falta de juízo, tem, isso sim, excesso dele. Pois não é um facto que, a ser verdadeira a hipótese,  o "superjuiz" alcançou plenamente o seu objectivo ?
(Ilustração daqui)

sábado, 17 de setembro de 2016

Irresponsável!


Qualquer pessoa que aceite fazer a apresentação de um livro, qualquer que ele seja, sem o ler, é um completo irresponsável. Quer essa pessoa responda pelo nome de Pedro Passos Coelho ou por qualquer outro. Tenha esse indivíduo exercido funções de primeiro-ministro ou quaisquer outras. Quer ele seja  presidente de um partido, como o dito Passos Coelho, quer seja um anónimo cidadão.
Diga-se, entretanto, que, por alguma razão, não me surpreende minimamente que Passos Coelho se tenha prestado a fazer esse papel.
(ilustração daqui)

O tempo feito escultor


(Nas imagens, a rocha antropomórfica designada por "Cabeça da Velha", nas cercanias das muralhas de Sortelha)

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Um panteão megalítico




A comparação feita no título não me parece excessiva, se se considerar, como parece ser consensual, que os dólmens ou antas são monumentos funerários, onde seriam apenas inumadas as personalidades de maior relevo nas respectivas comunidades. De facto, nos recuados tempos da cultura megalítica, com os meios então disponíveis, a construção de tais monumentos não era, de certo, empreendimento de fácil concretização e por isso mesmo também não é crível que pudessem ser de utilização generalizada e acessível a qualquer mortal.
[Nas imagens, o monumento megalítico conhecido sob a designação de Anta de Pêra do Moço (concelho da Guarda) classificado como Imóvel de Interesse Público].

domingo, 11 de setembro de 2016

O colapso da justiça

«(...)
Poupemo-nos a explicações que seriam insultuosas para a inteligência do comum dos mortais: Carlos Alexandre insinuou que o arguido José Sócrates tem dinheiro em nome de amigos. Ou seja, Carlos Alexandre falou claramente de um processo em que está envolvido e insinuou que um arguido praticou uma certa conduta. Mais, Carlos Alexandre dá como certa a tese principal da acusação, a de que o dinheiro em nome de Santos Silva é de Sócrates.

Numa justiça que quisesse mesma ser justa, o processo Marquês era-lhe imediatamente retirado. Mais, se as corporações judiciais estivessem mesmo interessadas na boa saúde da justiça, seriam elas as primeiras a pôr em causa as condutas de Carlos Alexandre. Pactuando com tudo isto, é todo o edifício judicial que se descredibiliza.

São muito bonitos os apelos a pactos na justiça, mas enquanto se lidar com espetáculos como o que foi dado pelo juiz Carlos Alexandre, como se fosse normal, tudo ficará na mesma, para gáudio dos cultores da justiça na praça pública e para os justiceiros de tabloide.

A entrevista de Carlos Alexandre lembra-nos que é sempre possível cair mais fundo. Era capaz de apostar que grandes tormentas para aí vêm, das que põem em causa alicerces básicos.
Existirão outras interpretações sobre as verdadeiras razões de Carlos Alexandre, mas o que ficou claro é que se é este o cavalheiro que tem entre mãos os mais importantes casos da justiça em Portugal, a justiça colapsou.(...)»
(Pedro Marques Lopes;"A refeiçoar justiça de tabloide". Na íntegra: aqui)

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Paulo Rangel: as alucinações de um eurodeputado do PSD

Na "universidade de verão" do PSD, Paulo Rangel, com o seu próprio exemplo,  deu aos formandos do seu partido uma lição ao vivo sobre o modo como um político  não pode comportar-se, sob pena de completo descrédito. 
Uma excelente e elucidativa lição. De facto, se alguém ainda alimentava dúvidas sobre a falta de seriedade do eurodeputado Paulo Rangel, por certo que se desfez delas. De vez.
(Ilustração daqui)

Obra do mafarrico?

É claro que é obra do mafarrico. Passos Coelho, que se fartou de avisar que o diabo andava por aí, acertou em cheio.
Há que reconhecê-lo: para ele, o andamento da execução orçamental é mesmo um azar dos diabos!

O inferno está cheio de boas intenções, não é, Baldaia?

O DN publica na sua edição on line uma peça intitulada " Moedas avisa Costa: corte de fundos comunitários depende do governo". 
Lê-se o texto e onde o jornalista viu um "aviso"( pelos vistos, ameaçador, visto que, no desenvolvimento da notícia, o plumitivo fala em "pressão sobre Costa na questão dos fundos")  não se encontra mais que a enunciação do que é doutrina da Comissão Europeia sobre os fundos europeus, doutrina que é mais que conhecida pelo Governo português. O comissário europeu Carlos Moedas limitou-se, com efeito, a dizer  que "Se Portugal continuar a cumprir em termos de orçamento, em termos de números, isso [corte de fundos] não será uma questão". 
Só uma imaginação muito fértil ou uma mente mal intencionada é que pode ter visto um "aviso" ou uma "pressão" sobre o primeiro- ministro de Portugal numa afirmação onde não existe o menor tom de ameaça. Não existe, nem seria expectável que existisse, pois a verdade é que Carlos Moedas, enquanto comissário europeu, tem tido um comportamento onde não encontro falhas no relacionamento com o Governo português.

A notícia é, pois, no mínimo, especulativa, pois falha completamente no teste da objectividade.

Dá-se a coincidência de no mesmo dia, o DN publicar um texto do seu novo director, Paulo Baldaia, onde este assume, em nome do jornal "o compromisso de fazer jornalismo com rigor, livres para fazer escolhas, com total transparência e ao serviço dos leitores".

Um texto, já se vê, pleno de boas intenções, mas que, por um azar dos diabos, sofre logo no mesmo dia um completo desmentido.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Aldrabões e piratas

«1 Quando está em causa empatar num banco mais de cinco mil milhões de euros dos contribuintes, toda a cautela é pouca, todas as dúvidas são legítimas, todas as perguntas são pertinentes. Venham elas dos especialistas, dos analistas, dos partidos ou dos cidadãos anónimos. (...) No entanto, e como em todas as regras, é aconselhável prever exceções.(...) Resulta incompreensível, por exemplo, que o PSD delegue em Maria Luís Albuquerque lições sobre a CGD, seja no púlpito da Universidade de Verão, seja à mesa do café.

A ex-ministra das Finanças classifica o processo conduzido pelo atual Governo como uma "sucessão de trapalhadas" e conclui, sem se engasgar, que, se ainda fosse ela a mandar, faria "praticamente tudo diferente". Ora, o problema de Albuquerque, quando era ela a mandar, não foi ter feito diferente. Foi não ter feito nada. Nem na CGD, nem no Banif. Empurrou os problemas com a barriga e com isso deu o seu contributo para que se somassem milhões à fatura a pagar pelos contribuintes. Com as devidas diferenças, perder tempo com as cautelas, dúvidas e perguntas de Maria Luís Albuquerque sobre o processo de recapitalização da CGD faz tanta falta como ir pedir ao ladrão de bancos conselhos sobre as falhas de segurança depois de consumado o assalto.

2 É uma das notícias do ano, pelo número e pelo sinal de que o poder económico ainda não subjugou por completo o poder político. A Comissão Europeia impôs à Apple (a empresa mais valiosa do Mundo em bolsa) o pagamento de 13 mil milhões de euros, por conta de uma massiva fuga aos impostos. Não se trata de uma vulgar fraude fiscal, antes um esquema criminoso com a cumplicidade do Estado irlandês que, tal como outros estados da União Europeia (Holanda, Luxemburgo), sustenta os seus êxitos económicos no "dumping" fiscal, ou seja, taxas pornograficamente baixas sobre os lucros das empresas. No caso da Apple, deu-lhe ainda cobertura para transferir os lucros com as vendas de toda a Europa para empresas sediadas na Irlanda, mas que só existem no papel. E, dessa forma, milhares de milhões de euros foram sujeitos a uma taxa de imposto que variou entre 1% (em 2003) e 0,005% (em 2014). Faltam no entanto duas etapas para que a premissa inicial faça sentido: a execução da sentença; e que, por pressão dos cidadãos, a União Europeia ponha fim à pirataria fiscal praticada em alguns dos seus estados. É impossível? Também o parecia ser a decisão sobre a Apple.»

(Rafael Barbosa; Os ladrões de bancos. Na íntegra: aqui)