quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Cavaco e o castigo

Se o demissionário secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais Jorge se revelou uma peça defeituosa na estrutura do governo de Passos & Portas, a ministra das Finanças, responsável pela sua escolha, o que ainda seria o menos, mas também responsável pela malograda manobra de diversão para o manter no governo, mesmo depois de conhecido o defeito da peça, não pode sair ilesa de todo este enredo. A senhora que já não se livra da fama de ser pouco afeiçoada à verdade, tendo em conta as declarações que prestou no Parlamento, confirmou agora, (com a patranha sobre a alegada, mas inexistente, manipulação do documento revelado pela SIC que atestava a presença de Pais Jorge nas reuniões com assessores do Governo anterior para tentar vender os swaps fraudulentos) que é, ela  própria, uma peça ainda mais defeituosa e que não tem, por isso, condições para se manter no cargo.
Não é de excluir a hipótese de Passos Coelho continuar a afirmar que mantém a confiança na ministra, repetindo o que já fez por mais de uma vez, o que está muito longe de ser um bom sinal. Veja-se o que aconteceu com Miguel Relvas. Mais cedo ou mais tarde a ministra Maria Luís Albuquerque vai ser forçada a seguir o mesmo caminho.
Falta saber se só, ou se também acompanhada por todo elenco governamental. O governo, aliás, tão enfermo e tão em crise estava, ainda há poucos dias, que só sobreviveu graças ao empenho de Cavaco em exercícios de reanimação in extremis.
Ao que parece, em vão, porque os últimos desenvolvimentos parecem indiciar que se o governo estava enfermo, enfermo continua, após a reanimação. E se Cavaco insistir em salvar o meio-morto, terá de fazer, hora a hora, manobras de respiração assistida.
É o castigo. Merecido.

1 comentário:

Anónimo disse...

Estou convencido que após a aprovação do OE 2014, MLA pede a demissão e, de seguida, Cavaco marca eleições.
Se MLA não se demitir, nem for demitida, então é porque ainda precisa de esconder algumas coisas debaixo do tapete.