terça-feira, 6 de outubro de 2009

Almada não é do PCP...

... nem da CDU, bem entendido.
Perguntar-se-á o leitor sobre o porquê da publicação destas placas toponímicas e eu explico-me: Quando, no início dos anos 80, fixei a residência em Almada, um dos factos que me chamou a atenção, pelo insólito, foi a existência de placas toponímicas (por definição, pertença do Município) com o símbolo do PCP. Volvidos que são 35 anos após o 25 de Abril, as placas toponímicas reproduzidas nas imagens, (placas que, durante anos pude observar todos os dias porque situadas no próprio edifício do meu local de trabalho) permanecem no mesmo sítio e continuam a ostentar o símbolo do PCP. Não sei se ainda haverá outras nas mesmas condições, mas estas, pelo menos, continuam a existir.
Ora bem, do meu ponto de vista, a utilização de meios pertencentes ao Município para servirem de suporte a propaganda partidária (e é disso que se trata) é, antes de mais, revelador de uma concepção política apenas própria de um regime de partido único que, pela sua natureza, tende a identificar o poder (neste caso, local) com o partido que o exerce e a colocar os bens pertencentes à comunidade ao serviço do mesmo partido. Tal constitui, a meu ver, um abuso intolerável numa democracia, regime onde o poder reside na comunidade (e comunidade somos todos) e não no partido que temporariamente o exerce e onde os bens da comunidade (Estado, ou autarquias) são pertença de todos e não apenas de alguns.
Deixo, pois, aqui um apelo ao futuro executivo municipal (qualquer que ele venha a ser) no sentido de pôr termo a tal situação que, a meu ver, não dignifica o Município de Almada e, menos, ainda o respectivo executivo camarário.
(Fique claro que não se contesta aqui o direito de a Câmara de Almada homenagear os militantes do PCP que deram o seu melhor e, nalguns casos, a vida, na luta contra a ditadura. Não é isso que esta mensagem põe em causa, até porque considero que tal homenagem é, antes de mais, um dever.)

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