É claro que um governo minoritário é, em geral, uma má solução governativa e, numa época de crise económica mundial que é, por ora, a situação em que se vive, tal conclusão é ainda mais evidente. E é má, não porque o governo minoritário esteja, à partida, condenado a ter uma vida breve (mal menor para quem até gosta de votar) mas sim e fundamentalmente porque não terá, em muitos casos, possibilidade de realizar as reformas de que o país carece, correndo-se, inclusive, o risco de ver destruídas algumas das reformas empreendidas pelo Governo ainda em funções, como se antevê seja o caso das medidas tomadas em matéria de educação. Por alguma razão são raros, na Europa, os governos minoritários, como se escreve hoje no "Público".
Não será, por isso, de admirar que os portugueses, mesmo o que, votando como votaram, o inviabilizaram, ainda venham a ter, a breve trecho, saudades de um governo maioritário.
Aquela solução, no entanto, é, neste momento, face à posição dos diversos partidos com representação parlamentar, a única possível, pelo que não vale a pena passar a vida a chorar sobre o leite derramado. Como diria o outro: meus senhores, é a vida !
No meio disto tudo, o que espanta é que, nesta altura, os maiores lamentos partam, não dos apoiantes do partido encarregado de formar governo, mas sim de alguns dos sectores que mais se encarniçaram contra o governo cessante, em nome da "asfixia democrática". A meu ver, fica assim demonstrado que o argumento da "asfixia" invocado por tutti quanti, não passou de um artifício falacioso. Entenda-se que a demonstração é só em benefício de quem ainda tivesse dúvidas. Não é o meu caso, esclareço.
2 comentários:
Mas o Francisco, tão a favor de um governo maioritário, não gostaria de ter um governo maioritário do PSD, suponho...
Pois eu tb prefiro um gov. minoritário do PS a um maioritário de qualquer partido...
Vamos pelo mal menor.
Vou fazer link, Francisco.
Abraço,
Ana Paula
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