A indigitação de José Sócrates para formar o novo Governo põe termo às especulações sobre a possibilidade de Cavaco Silva vir a indigitar alguém que não fosse oriundo do partido mais votado nas eleições legislativas, ou seja, o PS, hipótese que nunca admiti, por grande que seja o desnorte que paira em Belém.
Com a indigitação, começam as dores de cabeça de Sócrates que, no entanto, não terá dificuldades em formar Governo, já que boa parte dos actuais ministros transitarão para o novo executivo. Pelas minhas contas, metade do Governo estava, à partida, escolhida. As dificuldades (de monta) resultam de ir formar um Governo sem apoio parlamentar maioritário, sendo certo que não conta com a boa vontade das oposições, com a possível excepção do CDS/PP (excepção que não será a que mais agrade ao PS) já que o que se tem ouvido por parte dos dirigentes de outros partidos com assento parlamentar e, em particular, do PSD e do BE é sinal de oposição extremada, a roçar, de perto, pela irresponsabilidade.
Não me admiraria, todavia, que, a confirmarem-se as dificuldades do governo minoritário, não se assista, a breve trecho, ao surgimento, entre os eleitores, da ânsia por uma nova maioria absoluta que, passando por cima da vontade das corporações, consiga levar a efeito as reformas e a tomar as medidas de que o país precisa. Este é um trunfo de que o PS e José Sócrates dispõem e, por certo, não deixarão de o lembrar quando for caso disso.
3 comentários:
O dialogo vai ser fundamental a uma boa governação. Espero que isso aconteça, por uma vez ha que por de lado as divergencias partidárias e começar a trabalhar em prol do país. Sou um sonhador...!
Apenas mentes perversas e adeptos de teorias de conspiração poderiam equacionar um cenário em que o PR não indigitasse o líder do PS. Nem boa parte da Direita o apoiaria.
Vai ser necessário governar com muito engenho e arte; paciência também se aconselha.
E da parte da oposição que se lembre que o programa de governo que recolheu mais votos não foi o seu!
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