sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Da agressividade ao diálogo ?

A aprovação na generalidade do Orçamento rectificativo, com os votos favoráveis da bancada do PS, a abstenção do PSD, CDS e PCP e o voto contra do BE, parece significar que, passada a fase inicial de confronto, a guerrilha entre as oposições parlamentares e o Governo tende a acalmar. Terá imperado, desta feita, o sentido de responsabilidade, esperando-se que este resultado possa ser o início de uma nova fase de relacionamento entre os dois órgãos de soberania (Assembleia da República e Governo) que têm obrigação de, através do diálogo, encontrarem uma forma de entendimento que torne possível a governabilidade do país, entendimento para o qual não me parece possível, nem desejável, a intermediação do Presidente da República, como alguns sugerem. Sugestão que o destinatário claramente rejeita, no que, por uma vez, me parece uma atitude sensata, até porque reconheço que o pretendido intermediário não tem meios para intervir com eficácia.
As declarações do primeiro-ministro no sentido de que os estímulos orçamentais devem ser mantidos até ao fim da crise e a disposição de incluir no Orçamento para 2010 medidas contra prémios excessivos de gestores bancários, parecem-me ser de molde a merecerem acolhimento por parte da "nova maioria parlamentar" (da oposição) e a contribuir para a abertura de uma fase politicamente menos agressiva por parte das oposições. Cá estaremos para ver, contando, todavia e à partida, com a intransigência do Bloco de Esquerda, que, pelo exemplo dado agora, parece fazer gala da sua agressividade.

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