Cheguei a esta notícia, via Porfírio Silva e tal como ele aplaudo a decisão de Rui Pedro Soares (RPS) (que também não conheço de lado nenhum) de propor uma acção de indemnização contra O "Sol", o seu director José António Saraiva e as jornalistas Ana Paula Azevedo e Felícia Cabrita, autoras das notícias que o visaram, porque num tempo em que os jornalistas se têm na conta de "vacas sagradas" e a comunicação social tende interesseiramente a perpetuar essa noção, é necessária alguma coragem para demandar judicialmente os media, ainda que tal não constitua senão o exercício de um direito ao alcance de qualquer cidadão que se sinta lesado nos seus direitos de personalidade ou patrimoniais.
Sabe-se que o "Sol" desrespeitou uma decisão judicial e foi pública a forma caricata como a direcção do jornal tentou evitar a notificação judicial da providência cautelar interposta por RPS. Ainda assim não se pode, obviamente, antecipar se virá a obter ou não ganho de causa, nem esse é o ponto que interessa destacar. O que interessa salientar, no caso, é a importância da atitude que pode vir a contribuir para pôr termo ao sentimento de impunidade que tem alastrado pelas redacções que se julgam no direito de violar direitos alheios, sem olhar a meios, situação que é intolerável num estado de direito, em que a lei a todos obriga, jornalistas incluídos. A acção de RPS constitui, por isso, não só o exercício de um direito individual, mas também um acto de cidadania que a todos interessa.
1 comentário:
Eu não percebo pq não são castigados os órgãos de comunicação social que difundem o que não é permitido. Se tivessem castigo deixariam de se ocupar do que deveria estar vedado e, assim, já as fontes divulgadoras (tão difíceis de encontrar neste país onde se encontram autores de homicídios dificilimos de encontrar) não teriam disponíveis tais canais e parece que tudo se alteraria.
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