Desculpem se chego atrasado, devido a outros afazeres, mas não quero deixar passar em claro as jornadas parlamentares do PSD que, pelo que tenho lido, no rescaldo, são dignas de registo e merecem também aqui um comentário.
Fico-me pelos "fantasmas do passado" convidados, cujas intervenções são dignas de umas jornadas de terror que foi no que elas acabaram por se transformar. Mas, respigando aqui e ali, vejamos as receitas dos "ilustres" convidados:
Comecemos por Campos e Cunha:
À cabeça defendeu que "os partidos deviam ter a possibilidade, dado que são eles que estão representados, de dois dos seus deputados serem escolha da direcção". Uma ideia que tem tanto de original quanto de abstrusa. Que raio de democracia será a deste senhor ?
Não menos original é a sua proposta de revisão da "remuneração da função política". Entende o cavalheiro que a remuneração "Podia ser perfeitamente a média de IRS declarada nos últimos três anos, mais 25% em cima, ou 10%, ou 15%, o que fosse". Num tempo de crise, em que se assiste um pouco por toda a parte a cortes nos vencimentos dos políticos, que mais não seja a título de exemplo de que a crise toca a todos, esta não lembrava ao diabo, mas lembrou-lhe a ele, por razões que ele lá sabe e que até eu consigo adivinhar, sabendo as razões por que se demorou tão pouco tempo no 1º Governo´de José Sócrates.
Para o ex-ministro das Finanças Hernâni Lopes, a receita para enfrentar a actual situação é simples: cortes nos vencimentos de funcionários públicos, incluindo ministros, " na banda dos 15, 20, 30 por cento - 15 sem dúvida, 20 provavelmente"
Não sei se o que mais admirar, nesta posição: se o irrealismo da proposta, se a imprecisão dos números. Para quem é tão radical na medida, exigia-se, pelo menos, algum rigor nesta matéria. Fica-se com a ideia que mais importante que o corte, é o corte à bruta. Tem cara disso.
Não sei se o que mais admirar, nesta posição: se o irrealismo da proposta, se a imprecisão dos números. Para quem é tão radical na medida, exigia-se, pelo menos, algum rigor nesta matéria. Fica-se com a ideia que mais importante que o corte, é o corte à bruta. Tem cara disso.
E por último, o convidado Vilaverde Cabral, mais preocupado com a reeleição de Cavaco, sugere ao PSD a apresentação de uma moção de censura. A meu ver, a sugestão chega tarde e encontrou ouvidos moucos. Pois não é evidente que, se o caminho do PSD fosse esse, já poderia ter aproveitado a boleia da moção de censura apresentada pelo PCP? Que não aproveitou. Perguntar-se-á porquê e a resposta não se antolha difícil. O PSD, manifestamente, não se sente capacitado para liderar o Governo, enquanto não cessar a borrasca da crise mundial. Medo é o que os tolhe.
Dizem por aí, as crónicas, que os parlamentares do PSD, perante algumas das propostas ficaram "gelados", ou aterrorizados, que vem a dar no mesmo.
Pois bem, se o provérbio "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és" ainda é para levar a sério, diria eu, ao ver estes convidados numas jornadas parlamentares do PSD, que razão têm também os portugueses para ficarem aterrorizados com a perspectiva de um Governo da responsabilidade do PSD.
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