O semanário SOL ( um título bem adequado à mania das grandezas do seu director) na edição de hoje, em manchete na primeira página, atribui a Carlos Queiroz a afirmação de que «tendo em conta a estrutura amadora da Federação, as coisas correram muito bem à selecção», no Mundial de futebol, afirmação que Carlos Queiroz desmente formalmente, não poupando nos adjectivos para qualificar o jornalista (Pedro Prostes da Fonseca) a quem apelida de "vigarista, desonesto, aldrabão e execrável". Este, por sua vez, afirma-se "tranquilo" porque dispõe de gravação da entrevista.
Quando se esperaria que o SOL divulgasse a gravação para prova da seriedade e boa-fé do jornalista, eis que a direcção do semanário, encabeçada pelo arq. Saraiva, se recusa a divulgá-la, sob o pretexto de que se trata de "uma conversa entre jornalista e fonte".
Pela direcção do SOL deve andar uma grande confusão, para já não se fazer a distinção entre "entrevistado" e "fonte". Pergunto-me, de resto, se alguém acredita nos pruridos do arq. Saraiva, manifestados neste caso, quando se sabe que o SOL se tornou especialista na divulgação de conversas privadas, em segredo de justiça e obtidas ilegalmente e que até já chegou ao ponto de as publicar, desobedecendo a ordens judiciais.
Eu não.
2 comentários:
O SOL é uma natureza morta, só que ainda não sabe... um mês destes fecha portas.
Além de que esta manchete fica bem, logo depois daquela dos gelados em Cascais.
Saraiva é patético!
A tese do arquitecto, vinda de que vem, é de rir à gargalhada. Equivale a reconhecer não só que são vigaristas, aldrabões, execráveis (como já se sabia!) mas que ainda por cima reivindicam o direito ao sigilo sobre as patifarias em que são useiros e vezeiros. O sigilo existe para proteger as fontes. O arquitecto usa-o para enterrar viva uma fonte identificada, sem apelo nem agravo. Age como aqueles muçulmanos que usaram 99 vergastadas para obrigar Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, que, após 99 chicotadas, a confessar um adultério e depois usam a sua confissão para a condenar à morte por apedrejamento. Cadê os conselhos deontológícos, as altas autoridades? Declaração de interesses: eu detesto o Queiroz, mas detesto ainda mais a perfídia do Sol.
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