sábado, 15 de outubro de 2011

Chamar-lhe "estúpida" não é figura de retórica


O Daniel de Oliveira, em crónica publicada na edição de hoje do "Expresso" (ver excerto no "post" anterior) afirma que a gente que nos governa é "estúpida". E não se trata, digo eu, de uma figura de retórica. É mesmo estúpida de verdade, a começar pelo senhor Coelho. Se não acreditam, vejam só a explicação que o primeiro-ministro arranjou para justificar o corte do subsídio de férias e de Natal aos funcionários públicos: "A verdade é que em média os salários na função pública são 10 a 15 por cento superior à média nacional".
Não sei se a afirmação é verdadeira ou falsa. A explicação, em qualquer caso, é perfeitamente estúpida. Até porque não explica o roubo dos mesmos subsídios aos pensionistas e nem se percebe, por esta "lógica da batata", que o saque se aplique também aos "lugares cimeiros da administração pública", visto que, em relação a estes, e segundo ele, já aquela afirmação não é verdadeira.
Não estou a defender, como é óbvio, que os lugares cimeiros da administração ficassem isentos do corte. Estou apenas a concluir que o senhor Coelho, arvorado em primeiro-ministro, para além de mentiroso, só é capaz de explicações estúpidas. Sobre aquela sua "qualidade", suponho que, para além dos comem do pote ou da gamela, já ninguém tem dúvidas. Da sua estupidez vamos tendo cada vez mais provas.

Sem comentários: