Durante a governação socialista, dirigentes do PSD lembraram-se de inventar a tese da "asfixia democrática". A tese, ainda que bem propagandeada não pegou, porque a realidade se encarregava todos os dias de a desmentir através dos factos: qualquer bicho careta, sob a pele de jornalista ou de comentador, dizia e/ou escrevia as maiores barbaridades, sob a forma de difamação, calúnia, insulto, ou insinuação, sobre a honra e o carácter do então primeiro-ministro. Existia até um programa televisivo, a cargo da Moura Guedes, cuja especialidade era o tiro ao alvo sobre José Sócrates. E tudo se disse e escreveu sob geral e total impunidade. Que, pasme-se, se mantém até aos dias de hoje.
Admira-se a Fernanda Câncio (aqui) com o facto de a comunicação social não dedicar um mínimo de atenção aos incidentes ocorridos frente ao Diário de Notícias da Madeira (referidos aqui). De facto, o caso não é para menos, porque, para sermos benévolos, trata-se, no mínimo, de um acto de intimidação contra um órgão de comunicação social, perpetrado por uma caravana do PSD, onde se incluía o líder da JSD/Madeira.
Não consigo encontrar outra maneira de explicar tão gritante silêncio por partes dos órgãos de comunicação perante um acto de tamanha gravidade dirigido contra um dos seus pares, que não seja através do ressuscitar da tese da "asfixia democrática". Mas, agora, a sério.
Mudam-se os tempos e a governação e, pela mão dos autores da fantasia, esta transformou-se em realidade.
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