sábado, 8 de outubro de 2011

Foi no que deu: vinagre

Consta por aí, e a edição do "Expresso" de hoje dá conta do facto, que até a maioria que sustenta o actual GR (Governo da República, ou, se preferir, Grupo Recreativo) anda pouco satisfeita com a actuação do super-ministro "Álvaro" e duvida mesmo que o "Álvaro chegue lá". Não admira que assim seja, pois a economia não descola e ainda ontem, o ministro deu um bom exemplo da sua ineptidão para o desempenho do cargo durante a sua audição na Comissão de Obras Públicas da Assembleia da República, onde foi apresentar um "Plano Estratégico dos Transportes" que, muito simplesmente, não existe. O homem, como já alguém disse, até pode ter carta de condução gestão, mas não tem prática. Ora, dificilmente alguém, sem prática, poderia gerir não um ministério, mas um super-ministério e o "Álvaro", por muito capaz que seja, o que está por demonstrar, não foge à regra. Não admira, pois, que o super-ministro esteja em vias de ser despachado, depois de, ao fim de poucos meses, se ter transformado num super-fiasco.
Convém, no entanto, notar que, no actual GR, o "Álvaro" não é caso único, pois o desenvolvimento da economia não está só dependente do seu ministério. De facto, a par do super-ministério do "Álvaro", há um outro, o da Agricultura, do Mar (...e por aí afora), entregue à super-ministra Assunção Cristas que tem óbvias responsabilidades na matéria. Todavia, por estranho que pareça, da (in)acção desta excelente senhora ninguém fala, pois é certo que as crónicas a seu respeito limitam-se a referir a "estória das gravatas". E muito justamente, pois não se conhece qualquer medida relevante tomada no âmbito das suas responsabilidades governativas. O que não tem nada de surpreendente:  a ineficácia do seu super-ministério é ainda mais compreensível do que no caso do "Álvaro". É que ela, ao contrário daquele, não só não tem prática, como nem sequer tem carta.
Diga-se, em abono da verdade, que a responsabilidade maior pelo mal-estar no âmbito das citadas super-pastas, nem sequer é dos respectivos responsáveis ministeriais. O primeiro-ministro é, na verdade, o principal responsável pelos fiascos. Muito boa gente o advertiu, em devido tempo, que os super-ministérios eram ingeríveis. Passos Coelho, no entanto, andou tanto tempo com a ideia fixa do Governo mínimo na cabeça que a ideia acabou por fermentar. Até o bom vinho (e não era o caso) acaba, com o tempo, por dar a volta e transforma-se em vinagre. A ideia fixa foi no que deu.
(Título reeditado)

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