(imagem daqui) |
O caso do professor que já vai nas 104 colocações tem servido para demonstrar até extremos chegou o caos no ministério da Educação entregue por Passos Coelho a Nuno Crato. Muito acertadamente, segundo o próprio Coelho.
Há dois modos de encarar o desastre na colocação dos professores e as declarações de Passos Coelho em defesa do ministro da Educação: a sério ou a brincar.
Se levados os casos a sério, temos de convir que Coelho e Crato são, pelo mínimo dos mínimos, incompetentes. E em grau nunca visto, nos cargos que um e outro, respectivamente, ocupam. Aliás, as declarações de Passos Coelho confirmando a bondade da escolha do ministro Crato são de tal forma insensatas e incongruentes que fica a dúvida sobre se o fulano "tem os 5 alqueires bem medidos".
Como recuso encarar a história pelo lado sério, atentas as consequências, resta ver o caso pelo lado jocoso, impondo-se a conclusão, vistas as coisas deste modo, de que o caso do professor das 104 colocações é a prova de que o ministro Crato está a efectuar um teste sobre o dom da ubiquidade.
O único caso de ubiquidade de que tenho conhecimento é o de Santo António que apareceu em dois lugares ao mesmo tempo: a pregar em Pádua e a livrar o pai da forca em Lisboa.
Crato, por certo, conhecedor de um tal exemplo, está, tudo o indica, a testar os limites da ubiquidade, para averiguar em quantos lugares é que uma pessoa pode estar ao mesmo tempo. De facto, só assim se explica que o professor em causa tenha inicialmente obtido umas modestas 75 colocações, e já vá, nesta altura, nos 104 lugares, tudo apontando, aliás, para a hipótese de o número não ficar por aqui.
Alguém é capaz de imaginar o que acontecerá se o teste de Crato acabar por ser bem sucedido ?
Eu não sou capaz de antecipar todas as consequências, mas não há dúvida de que, em tal caso, ele terá conseguido levar a bom termo a, por ele, muito falada implosão do ministério da Educação. Realmente, para quê todo um enorme ministério, se Crato, com um professor por disciplina e com um mínimo de gastos, resolve o problema da educação no país e, simultaneamente, a consolidação das contas públicas ?
Se o teste resultar, quem é que ainda se atreve a afirmar que Coelho, ao escolher Crato, não "acertou em cheio"?
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