quarta-feira, 22 de outubro de 2014

"Quantos de nós querem dizer obrigado?"*

«(...)
Não se esperava que Durão (...) fosse capaz de mudar sozinho o rumo da Europa. A pancada foi demasiado violenta. Dizer que outro no seu lugar teria feito melhor é apenas especular. Mas o pecado que o agora cessante líder da Comissão Europeia diz não ter cometido - a submissão incondicional à austeridade - depressa passou de original a terminal. Na realidade, a cura injetada no soro do doente acabou por matá-lo. O sacrossanto Pacto de Estabilidade e Crescimento ficou-se pela metade. A da estabilidade.
Durão tem razão quando afirma ter conseguido evitar a bancarrota de alguns países europeus, entre eles o nosso. Mas essa, diria eu, não é propriamente uma medalha que alguém goste de ostentar na lapela. Em especial porque essa "vitória" teve uma consequência nefasta: mais de 26 milhões de desempregados e uma profunda crise social, que transformou os europeus do Sul em bandidos e os do Norte em fidalgos. À reiterada pergunta "como sair da crise?", a Europa de Durão Barroso não encontrou uma resposta satisfatória. A Alemanha puxa para um lado, a França e a Itália, a acordar do coma induzido, tentam puxar para outro. É certo que o euro sobreviveu para contar a história. Mas à custa de quê? E de quem?
(...)»
(Pedro Ivo CarvalhoGoodbye, au revoir, adeusinho. Na íntegra: aqui)

(* Eu não.)

2 comentários:

Anónimo disse...

Estou-lhe tão grato, que não tenho palavras.

Anónimo disse...

Chicamigo

É má educação tratar o Cherne assim; devia ser pior...

Abç