Concorde-se ou não com as opções e decisões de Miguel Macedo, enquanto ministro da Administração Interna, há que reconhecer, perante o pedido de demissão por ele apresentado, que, no seio deste governo, ele era, afinal, uma autêntica avis rara.
De facto, até ao presente, é caso único neste governo. Não se conhece, na verdade, outro que tenha tido a dignidade de se demitir em função de responsabilidades políticas. Ao invés do que é habitual neste governo, Miguel Macedo assumiu as suas que, no caso, decorrem do facto de as relações de proximidade que mantinha com algumas das pessoas abrangidas pela investigação no alegado caso de corrupção na atribuição dos "vistos dourados" poderem afectar a sua autoridade como ministro numa pasta muito sensível a esse nível. Fez bem. A sua atitude, a meu ver, só o honra.
Sublinhe-se, entretanto para finalizar, que esta demissão não pode deixar de ser vista como uma lição para Passos Coelho e que pode, simultaneamente, ser apontada como exemplo a seguir, quer à ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, quer ao ministro da Educação, Nuno Crato, dois casos gritantes de irresponsabilidade política. Consentidos, é claro, pelo irresponsável mor.
3 comentários:
~ ~ Tem toda a razão, estimado Francisco.
~ Dignidade é uma qualidade muito rara neste governo.
~ ~ ~ Dias saudáveis e felizes. ~ ~ ~
Uma excelente semana também para si, Majo.
Quem tem berço, tem princípios. Crato e Paula ( para além de outros quejandos) não têm uma coisa nem outra.
Portas tem berço, mas esqueceu-se...
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