sábado, 12 de julho de 2008

Há sempre uma desculpa...


Cinco países (China, Rússia, África do Sul, Líbia e Vietname) votaram ontem, no Conselho de Segurança da ONU, contra um projecto de resolução que propunha a adopção de sanções contra o Zimbabwe, na sequência da reeleição de Mugabe na segunda volta das últimas eleições presidenciais, comummente qualificadas como "farsa", pois o candidato mais votado na primeira volta, Morgan Tsvangirai, viu-se forçado a desistir, pela violência do regime.
Razões alegadas:" A situação no Zimbabwe não constitui uma ameaça para a paz e segurança internacionais" e "adoptar sanções agora seria comprometer as delicadas negociações entre os partidos rivais do Zimbabwe".
Desde que se queira há sempre uma desculpa "esfarrapada" para justificar as posições mais abstrusas, é a conclusão a tirar deste caso.
Pelos vistos, nem a África do Sul, que se tem visto a braços com muitos milhares de cidadãos do Zimbabwe, fugidos do regime sanguinário de Mugabe e cuja afluência já levantou ondas de xenofobia naquele país, à mistura com tumultos, considera estar em perigo a paz e a segurança internacional.
E, pelos vistos, também ainda há quem creia, (ou antes quem nos queira fazer crer) que as conversações com Mugabe vão levar a alguma parte, quando o mesmo está farto de afirmar que não larga o poder enquanto for vivo. Negociações delicadas, dizem eles. Tão delicadas, quanto frágeis e inúteis, digo eu.
Quem se ficou a rir, mais uma vez, foi Mugabe, para quem a votação em causa constitui uma “vitória diplomática histórica”. Infelizmente só ele se ri, porque o povo do Zimbabwe, graças a muita gente (incluindo Mbeki e os países que acompanharam a África do Sul nesta votação) só tem razões para dizer mal da sua sorte!
(A imagem foi copiada aqui)

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