É evidente que o apoio dado por Carvalho da Silva à candidatura de António Costa à Câmara de Lisboa faz mossa, e não pequena, à candidatura da CDU, liderada por Ruben de Carvalho, por muito que este tente disfarçar, cumprindo o seu papel, é bom de ver.
Como também é fácil compreender que Carvalho da Silva, ao mesmo tempo que manifesta o seu apoio à candidatura de António Costa ( o "quero desejar-lhe uma boa ponta final de campanha e dizer-lhe que os lisboetas e Lisboa precisam da sua vitória" é demonstração inequívoca de tal apoio) garanta à direcção do seu partido (o PCP) que a sua posição “tem em conta condições concretas e os objectivos presentes na disputa eleitoral por Lisboa”, não pondo em causa o seu apoio “claro e inequívoco” à CDU e aos seus “objectivos gerais no conjunto das suas candidaturas”.
Carvalho da Silva, com efeito, não deixou de ser comunista e, consequentemente, estranho seria que não manifestasse o seu apoio "claro e inequívoco" à CDU, em geral. Só que ele, ao contrário da direcção do seu partido, é capaz de distinguir o essencial, em cada circunstância, essencial que, na disputa eleitoral em Lisboa, passa por vencer a direita. Agindo nesta conformidade, Carvalho da Silva torna-se, se não o era já, numa importante referência para a esquerda em geral. Acho eu. Ou talvez não, tendo em conta este esclarecimento. Bem escusado.
(Reeditada)
3 comentários:
"Acho eu."
Pois eu não acho e até acho que está a tomar os desejos por realidades porque de facto Carvalho da Silva apoia a CDU. Sem margem de dúvida.
:)))
Carvalho da Silva pode ser tudo, e até aldrabão. Ingénuo é que não. E nós também não o queremos ser.
C. Da Silva foi ao encontro de António Costa pelo seu pé e não quis ambiguidades: declarou o seu apoio! Porquê, não sei, mas ele sabe porque não é ingénuo...
Zé Mário
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