domingo, 14 de março de 2010

Simplesmente distraídos ?

Leio por que os candidatos à liderança do PSD estão todos contra a alteração estatutária aprovada no Congresso de Mafra impondo sanções aos militantes que venham a tomar posições contra o partido nos 60 dias imediatamente anteriores à realização de eleições, sanções que podem ir até à expulsão. Ora, é um facto que tal alteração foi aprovada por uma maioria qualificada de 352 votos, contra 76, e 102 abstenções e, o que é mais significativo, é que, pelo que vejo, durante a discussão da "lei da rolha" nenhum dos candidatos se pronunciou contra tal alteração.
 Em que ficamos ? Foi por pura distracção ? Não o creio, embora a simples omissão de uma tomada de posição contrária durante a discussão, já seja grave, pois revela, pelo menos, a displicência dos candidatos à liderança, em relação a um assunto da maior importância, pois trata-se de uma limitação à liberdade de expressão dos militantes e sem paralelo em nenhum outro partido.
E fala esta gente, (Rangel, em particular) em "claustrofobia" e em "asfixia" ?
Pelos vistos, sim, mas portas adentro.

7 comentários:

Anónimo disse...

"LI M I T A ÇÃO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO DOS MILITANTES sem paralelo ...".

Não pertenço a nenhum partido, nem quebrado...):=, mas o meu comentário é este:

Se no paralelo partido do PS algum militante se dispusesse, atrevesse e dissesse o que alguns militantes e figuras do PSD disseram da direcção ou do secretariado no passado recente, teriam levado um processo disciplinar e teriam sido expulsos do partido.Salvo se se chamassem M. Alegre... ou coisa parecida.

Quer dizer, o que o PSD aprovou foi + ou - isto : podem dizer cobras e lagartos da orientação do partido durante todo o tempo, podem,dessas mordeduras, dislates e insultos, ser autores os mais ferverosos militantes e nem precisam de ter as quotas em dia, MAS NOS 60 (SESSENTA) dias anteriores às eleições, pelo menos calem-se, porque, aí ou por essa via, não merecem ser militantes e podem (e devem digo eu) ir borda fora!
Já nem se fala, se do democrático PCP se tratasse, e nos militantes que lá estavam e foram arejados pela borda fora. Como seria no CDS, no BE?
Concluindo, um militante que não consegue impor-se durante todo o ano no "seu" Partido, admite-se que nas próprias eleições faça campanha CONTRA o partido e este consinta, a pretexto da liberdade de expressão, que ele continue a ser "SEU MILITANTE" !?

Sim, essa cabecinha, tem liberdade de expressão, mas "nessa altura" só como "ex militante" ETICAMENTE lhe será consentido fazer campanha contra o seu "ex partido".
Acentuo "eticamente", e, quando falece a ética, não me venham com opiniões políticas que a contrariem, pois, já estou farto de falta de ética.
Respeitosamente.
Abílio Ferreira

Costa disse...

ATENÇÃO AÍ Q APARECEU MAIS UM PAPEL , SEGUNDO O CORREIO DA MANHA, A ENTALAR MAIS UMA VEZ O PM, O Q E ESTRANHO E Q ESTES INGLESES SEMPRE SAO MUITO DESCUIDADOS, AO DEIXAREM ASSIM PAPEIS COM INDICAÇÕES DESTAS, ASSIM AO ABANDONO, EU PENSAVA Q ESTES NEGOCIOS TERIA MAIS PALAVRAS E MENOS PAPEIS , MAS PELOS VISTO AGORA DE 15 EM 15 DIAS APARECE MAIS UM PAPEL PARA FAZEREM TURISMO, COISA ESTRANHA TB E Q ACABADO A FITA DE MAFRA , LA APARECEU MAIS ESTE.
JOAO COSTA

Quint disse...

Se estão contra, que mudem quando um deles vencer.
Mas desconfio que uma vez no lugar de quem manda, ainda vão querer tirar partido da tal dita cuja ... rolha!

Francisco Clamote disse...

Caro Abílio Ferreira:
Pelo que tenho lido, além dos militantes do PSD que aprovaram a "lei da rolha" no Congresso de Mafra, ainda não vi outro comentário favorável à alteração estatutária. O meu amigo acha bem. Está no seu direito.Como eu que acho mal.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Caro Francisco Clamote

O senhor é uma pessoa intelectualmente interessante, não tenho dúvidas.

Mas acho que se esquece quando opina (e a maioria das vezes com acerto na minha opinião!), que não está filiado em nenhum Partido e por isso raciocina como se estivesse.
Quer dizer,adora a liberdade de comentário de quem não tem obrigações partidárias, mas quando sente qualquer limite reage como se não tivesse obrigações e, no caso, existem obrigações, algumas pelo menos e, aquelas do PSD, 60 dias antes, são mínimas.

Já agora, voltando à gravidade para a democracia:
é muito mais grave quando um Partido impõe o sentido de voto aos seus deputados em certas questões.

"ELES" EM DEMOCRACIA ESTÃO AO SERVIÇO DO POVO QUE OS ELEGEU": esta é a grandeza da sua função e devem ser livres de votarem como entenderem!
Mas quando "eles" obedecem às instruções dos partidos, abandalham-se, perdem toda a sua dignidade para se submeterem ao diktat de um chefe, a uma cabecita mais ou menos brilhante, mais ou menos caceteira, etc.
Com toda a consideração não obstante a discordância.
Abílio Ferreira

Francisco Clamote disse...

Caro Abílio Ferreira:
Obrigado pelo cumprimento, que retribuo.
Quanto à parte final do seu comentário estou quase de acordo consigo. Só não o partilho inteiramente, porque, recordo, no nosso actual sistema eleitoral, a votação não é na pessoa A ou B, mas sim em listas apresentadas pelos partidos, onde, tendencialmente, os nomes integrantes são mais ou menos irrelevantes. Estaria inteiramente de acordo consigo se a votação se processasse em círculos uninominais. Aí sim seriam relevantes a pessoa e as ideias do candidato. Ao invés, no actual sistema, o que conta é o programa eleitoral do partido, pelo que, a meu ver, a defesa de uma inteira liberdade de voto não faz muito sentido. Na verdade, os eleitos aceitaram implicitamente as posições do partido, quando aceitaram candidatar-se. Não será assim?
Saudações cordiais.

Anónimo disse...

SIM, é mais ou menos isso Caro Francisco Clamote, a pessoa do deputado é irrelevante, o que conta é o nº deles, (dos carneiros)
isto é, uma democracia bem à portuguesa... e ao molho e fé em Deus.
Cumprimentos
Abílio Ferreira