Depois de vinda a lume a estória do subsídio de alojamento (ver "post" anterior), Miguel Macedo dificilmente sairia dela sem custos. Poderia, no entanto, ter minimizado os estragos, se tivesse optado por uma saída airosa que até estava mesmo à vista: bastaria que, logo que o assunto veio à baila, tivesse prontamente renunciado ao subsídio. Vir anunciar agora a renúncia, depois de ter afirmado que não estava disposto a prescindir dele, fazendo-o em termos que já vi qualificar como sendo pior a emenda que o soneto, deixa-o claramente fragilizado. Digo isto mesmo considerando que, muito provavelmente, a sua renúncia, nesta altura, não foi mais que uma forma de cobrir a responsabilidade de Passos Coelho na concessão do subsídio.
Ainda assim, não me admiraria que Miguel Macedo se tenha transformado num ministro a prazo. Num ministério tão sensível como é o da Administração Interna, onde não faltam problemas, não é ele a pessoa indicada para os resolver. E não é, porque, a partir de agora, atenta a natureza dalguns problemas que têm a ver com remunerações e subsídios a que as forças de segurança se sentem com direito, falta-lhe, além do mais, autoridade moral.
5 comentários:
Posso assinar por baixo?
É claro que sim, Carlos. É uma honra.
Também assino por baixo.
Obrigado, José Nunes. Já quase podemos fazer uma petição pública. Abraço
Fragilizado?
Todo feito em cacos. Ele e o autor do despacho "moralizador" de lhe atribuir o sub legal
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