Com a "saída" da troika, sobram as dúvidas sobre o futuro. Este, que já, por natureza, é incerto, mais incerto se torna quando o governo teima em escamotear todos os compromissos assumidos com os credores internacionais e designadamente com o FMI.
É natural, pois, que as pessoas se interroguem sobre o que as espera no futuro, tendo em conta a pouca ou nula transparência da presente (des)governação.
E é exactamente um exercício dessa natureza o feito por Pedro Nuno Santos nas páginas do jornal i, onde formula a pergunta "Saímos, e depois?", pergunta a que procura responder, recordando que "Neste período [o da duração do actual governo] o país viu o peso das exportações de média/alta tecnologia baixar, o investimento cair 30%, o investimento público em Ciência e Tecnologia cortado, apostas estruturantes para o desenvolvimento económico como a mobilidade eléctrica a serem abandonadas e um Estado incapaz de definir uma estratégia clara de apoio privilegiado aos setores capazes de promover a graduação do perfil da economia portuguesa."*
Não é difícil antever, perante o quadro traçado pelo Pedro Nuno Santos, quadro que revela bem até que ponto foi levada a destruição dos sectores da economia com maior capacidade para sobreviver num mundo cada vez mais globalizado, que o pior está para vir. Como diriam os latinos: "Hoc opus, hic labor est". Ou como se diz em "bom" português: "Agora é que a porca torce o rabo ". As maiores dificuldades, auguro eu, estão para vir.
*(Texto na íntegra: aqui)
1 comentário:
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~ É evidente que neste "depois"-- com um país em ruínas-- é que está o busílis do problema.
~ Um excelente artigo de Pedro Nunes Santos.
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