Contrariando o próprio Passos Coelho e a ministra das Finanças que, só tarde e a muito custo, se renderam ao que era evidente para qualquer pessoa com umas noções de contas de diminuir e de somar, Cavaco Silva veio afirmar terminantemente que, em nenhuma circunstância, os contribuintes terão que suportar o custo da resolução do problema do BES, por via das eventuais perdas que a Caixa Geral de Depósitos venha a suportar por via dessa resolução. Essas perdas, deduz-se da explicação cavaquista, como que se dissolvem no âmbito da actividade mercantil desenvolvida pela Caixa e, consequentemente, são irrelevantes do ponto de vista dos contribuintes. Nada mais falso. Essas perdas não se diluem. Pelo contrário, vão aparecer no balanço e é, por isso, possível saber os custos que o Estado e os contribuintes serão chamados a suportar.
Aliás, pela lógica desta peregrina tese, seríamos também compelidos a considerar que para o Estado e, naturalmente, para os contribuintes, são também completamente irrelevantes os prejuízos de toda e qualquer empresa pública, na medida em que também essas empresas desenvolvem uma actividade mercantil, onde as perdas milagrosamente (!) se esvaneceriam.
Estranhamente, as dívidas dessas empresas são contabilizadas, salvo erro, como dívida pública, E, como é óbvio, não deviam sê-lo, se nos ativermos à lição de Cavaco.
Teremos que avisar Bruxelas, ou será melhor não?
2 comentários:
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~ ~ Com os nossos supra-economistas, cada cabeça, cada sentença.
~ - Teremos que recorrer à consulta da jurisdição europeia?!
O Cavaco também está senil, coitado. Não diz coisa com coisa, por isso, não me espantará se daqui a um mês vier dizer exactamente o contrário.
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