quinta-feira, 10 de setembro de 2009

"Num lado se põe o ramo, noutro se vende o vinho"

Lembrei-me deste ditado popular ao ler esta notícia com afirmações de

TEIXEIRA DOS SANTOS:

"Temos de reduzir a despesa pública para reduzir o défice e reduzir a dívida e vamos primeiro ter de nos concentrar neste esforço antes de poder baixar impostos";

"No actual contexto da economia mundial e da economia portuguesa, a questão fundamental não é a descida de impostos. Acredito que será sempre um bom apoio e um bom estímulo à economia qualquer descida de impostos. A questão que se coloca é saber se estamos ou não em condições de o fazer e saber se essa é a medida mais importante no actual contexto.Tenho muitas dúvidas de que, na actual conjuntura, uma descida de impostos surtisse efeitos significativos e visíveis na economia. Face à situação que temos na nossa economia e na economia mundial e face ao esforço orçamental que tivemos de fazer, não vejo que tenhamos a breve prazo um quadro que nos permita descer os impostos conforme a Drª Manuela Ferreira Leite propõe";

"Entre 2005 e 2008, o Governo reduziu a despesa pública em 1,8 pontos percentuais do PIB e a Drª Manuela Ferreira Leite aumentou a despesa em 2,1 pontos percentuais do PIB";

"Não concordo com o fim do Pagamento Especial por Conta (PEC). A Drª Manuela Ferreira Leite, quando aumentou o PEC, afirmou ser uma medida fundamental para o combate à fraude e à evasão fiscal". "Concordo inteiramente que é uma medida muito eficaz de combate à fraude e à evasão fiscal e acho que seria insensato acabar com o PEC".

"Não me parece que seja praticável, que seja exequível nesta conjuntura extinguir o IRC para as empresas com um volume de negócios anual abaixo dos 500 mil euros. Acho que seria irresponsável estar a dar a entender às empresas que é possível fazer-se algo que, sinceramente, não é possível. Acho que seria enganá-las e eu recuso-me a fazer promessas ou a assumir compromissos dessa natureza sentindo que não temos condições para o fazer.

e esta com afirmações de

MANUELA FERREIRA LEITE:

"O objectivo fundamental do combate à despesa pública só pode ser a possibilidade de baixar os impostos. Eu digo isto há muitos anos, há muito tempo. O meu combate à despesa não é para ter margem para fazer mais despesa, é para ter margem para baixar os impostos"

Entretanto veja-se este comentário aqui:

"De Catarina Vidigal a 10 de Setembro de 2009 às 14:28
Jornal de Negócios - 10-09-2009 - "Nos últimos 30 anos, a despesa pública aumentou de 29% para 45% do PIB. Um aumento do peso do Estado na economia de 16,3 pontos percentuais, dos quais 12,1 p.p. (75%) aconteceram em governos liderados pelo PSD e apenas 4,2 em governos PS."

"Observa-se que os três períodos com maiores contributos para o aumento do peso da despesa pública no PIB foram os da Aliança Democrática (+4,4), os governos de Cavaco Silva (+4,3) e os governos PSD-CDS (+3,4).""último governo PSD-CDS foi o em que se verificou um ritmo mais acelerado de aumento do peso da despesa corrente primária na economia (1,2 p.p. por ano)"

"O governo de Sócrates destaca-se com uma descida do peso da despesa pública até 2008.Destaca-se também como o que apresenta o menor défice médio"

A verdade sobre as contas públicas está nos números. Estes estão disponíveis no Banco de Portugal, no Eurostat, ou no INE"

Adaptando o provérbio à política, bem se pode dizer que "Num lado (PSD) se anuncia, noutro (PS) se fala. A verdade, pois claro!

(Reeditada)

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