Manuel Alegre declarou ontem em Portimão estar disponível para se candidatar à Presidência da República. Essa intenção era já perceptível na entrevista publicada pelo Expresso na semana passada, tendo agora chegado, com o discurso proferido em Portimão, a, por muitos, desejada confirmação.
Os dados estão pois lançados (alea jacta est) e sendo altamente improvável o surgimento de outra candidatura com capacidade para unir a esquerda, esta terá de se mobilizar e de ser mobilizada por Alegre para levar a sua candidatura até à vitória. As suas últimas intervenções (a entrevista e o discurso) são bons indícios de que Alegre vai por bom caminho.
É certo que, na primeira volta, tudo indica que o PCP, pelas reacções vindas dessas bandas à candidatura de Alegre, não prescindirá de uma candidatura própria, mas não é menos certo que numa segunda volta, o PCP não terá outra solução senão apoiar Alegre, ao lado do PS e do BE, pois a alternativa seria apoiar Cavaco. Ora, ninguém sonha que tal venha a ser possível, a menos que o PCP entenda por bem suicidar-se. Ninguém compreenderia, com efeito, uma tal atitude, nem os próprios militantes. Até porque, se é importante eleger Alegre, não é menos urgente para muitos, onde me incluo, "destronar" Cavaco. A "confissão" de Lima hoje no "Expresso" confirma a urgência. A meu ver, pelo menos.
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