quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Homem de pouca fé

Apesar de reconhecer que  "a culpa é da crise (...)  [e] "o facto do défice ter aumentado num ano eleitoral não ter nada a ver",  João César das Neves, contradizendo-se, acusa o Governo de ser o responsável pelo facto do défice estimado para 2009 ser de 9,3 por cento e simultaneamente admira-se que ainda haja quem acredite que o Governo é capaz de resolver o problema.
Ora, João César das Neves não só não se devia admirar, como também podia acreditar, pois não só o défice é fruto da crise, como reconhece, como é certo que o actual primeiro-ministro e o ministro das Finanças já têm provas dadas na matéria, visto que conseguiram, durante a última legislatura e antes do aparecimento da crise, baixar o défice superior a 6% (que receberam) para um défice inferior a 3% (2,6%, se não erro).
João César da Neves, um "crente" mas homem de pouca fé ?
Será ?

7 comentários:

Miguel Gomes Coelho disse...

Francisco,
Ele é mais homem de pró café!
Um abraço.

Anónimo disse...

Meu caro mas não houve nenhuma contradição por parte do professor César das Neves mas sim uma leitura na diagonal da sua parte. Ele estava a ser irónico “O défice praticamente triplicou num ano. A culpa é da crise, evidentemente, o que quer dizer que o facto do défice ter aumentado num ano eleitoral não tem nada a ver. É um pequeno detalhe sem influência, certamente, e o que é extraordinário é que isso tenha acontecido com o mesmo Governo que vem agora dizer que irá resolver o problema”, ironizou o economista (Público). A ironia é uma das virtudes do professor JCN para quem não o conhece, nunca o ouviu ou leu. Abraço

Joaquim Fernandes

Francisco Clamote disse...

Caro Joaquim Fernandes:
Admitindo que sim, que J. César das Neves estava a ser irónico, a ironia é deslocada, neste caso, porque, na verdade, o défice é, no essencial, fruto da crise. Ou será que Sócrates também é o responsável por défices iguais e muito superiores verificados por esse mundo fora ?
Digo, "no essencial" porque concedo que o Governo também tem alguma culpa derivada do aumento do funcionalismo público, mas num défice de tal dimensão é óbvio que a contribuição desse aumento não passa de uma gota de água no oceano. Abraço para si.
E para o Miguel, claro está.

Anónimo disse...

Li algures que na passada legislatura ou lá o que é, que o governo PS vendeu edifícios públicos tais como a cadeia de Lisboa, junto ao Palácio da Justiça, recebeu os dinheiros e ficou a pagar renda dos mesmos.

Os dinheiros recebidos (se é verdade!) serviram para abater o défice dos 6%.
Segundo dizem as más línguas foi isto que a Manuela quis fazer para ela tb conseguir baixar o famoso défice.

Se bem percebo (e não me julgo totalmente estúpida) o génio do PS fez isto e aproveitou a cobrança excepcional do Fisco (tb irrepetível!)para baixar o dito.
Ora se ele não reduziu a despesa pública primária do Estado, salvo uns milhares de funcionários que se reformaram mas passaram a pesar nas reformas da CGA (e nos subvenções de que esta necessita), se não fez investimentos públicos por aí além, se continuou a gastar na mesma, pergunto onde está o MÉRITO ou a desconchavada patranha?
Adelina Ferreira

Anónimo disse...

Brinquem, brinquem com o homem, pois que ele, que se saiba é intelectualmente honesto e não diz assim tantas asneiras como vocês lhe querem imputar.
Roberto Souto

Quint disse...

O professor João César das Neves é um patusco assim de barbaça, óculos e cheio de certezas absolutas? E tolerante e respeitador dos outros conquanto o não contradigam?
Ah, é esse ... pois ...

Francisco Clamote disse...

Para Adelina:
Pergunta com pergunta se paga: Alguém fez melhor ?
Para o Alberto Souto:
No comentário do Ferreira-Pinto tem uma boa resposta.
Cumprimentos.