quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Observação dos dias (XXXIV): Sapatos ou barbatanas ?

Com a chuva que tem caído nos últimos tempos; com a que (juntamente com neve e vento forte) continua a ser anunciada; com o Alqueva à cota máxima, transformado no maior lago artificial da Europa e a fazer descargas; e com inundações por tudo quanto é sítio; sugere-se que, em vez de sapatos, se comprem barbatanas. Passe a sugestão vinda de quem já hoje passou por várias estradas transformadas em rios...
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Com ou sem barbatanas, demos, entretanto, um salto para fora de água e fixemo-nos em terreno mais firme(?). O da economia, onde se anuncia que o ministro da dita (Vieira da Silva) afirma ter a ter a ambição de ultrapassar as previsões, fazendo, como lhe compete, força para cima, que para baixo, já há gente que abunde (cá dentro e lá fora) previsões que apontam, segundo o Banco de Portugal, para um crescimento da economia, em 2010, da ordem dos 0,7 %, (bem melhor que a previsão do Verão que apontava para uma contracção de -0,6%) acelerando para 1,4%, em 2011.

É boa a previsão, se comparada com a anterior, mas ainda assim o crescimento parece vir a ser insuficiente para impedir o aumento do desemprego, ao contrário daquilo em que acredita o ministro da Economia (força, Vieira da Silva !) para quem a travagem no aumento do desemprego “é difícil, mas (...) não é impossível”.
Tomo também como boa a confirmação pelo INE de que o valor final para a inflação média do ano passado se fixou em -0,8%, considerando que a inflação negativa, segundo tudo aponta, não veio para ficar, estando afastado o risco de deflação.
No entanto, já não sei se é boa, ou má, a notícia de que a empresa brasileira Camargo Corrêa apresentou à Cimpor uma proposta de fusão. E também não sei, mas parece, face a esta proposta logo a seguir à OPA da CSN, que, para as empresas brasileiras, a cimenteira portuguesa não produz cimento, mas mel. Será ?
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Sem deixar de falar de economia, novo salto para água, a propósito do Plano Nacional de Barragens, cuja concretização irá diminuir as importações de petróleo em 3,3 milhões de barris/ano, segundo declarações da ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, proferidas à margem da sessão de lançamento, pela EDP, da "primeira pedra" da nova central hidroeléctrica Venda Nova III, em Vieira do Minho. É obra! Eu sei que os ecologistas não são grandes apreciadores de barragens, pese embora o contributo dado por estas obras, quer para o equilíbrio da balança de pagamentos, quer pelo lado da diminuição das emissões de Co2. Eu, porém, gosto e não há nada a fazer.
E já que falamos em água e em economia o que dizer dos milhões de hectolitros desperdiçados por falta de aproveitamento da chuva que tão abundantemente tem caído, hectolitros que se têm escoado para o mar, devido à falta das barragens agora incluídas no Plano e que nas últimas décadas ficaram por construir ?
(Imagem daqui)

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