Provavelmente, a moção de censura apresentada pelo PS não terá como efeito a queda imediata do governo de Passos, Gaspar & Portas, mas ao proclamar que “Só um novo Governo, democraticamente legitimado, com forte apoio popular, estará em condições de interpretar e protagonizar o novo consenso nacional", fica claro que o PS liderado por António José Seguro rompeu final e definitivamente com a política deste governo, facto que, não tenho dúvidas, terá consequências. Pelo menos, deixará de poder continuar a falar-se no consenso mole entre os partidos signatários do Memorando.
Faltará, porventura, apresentar um desenho mais consistente de uma nova política que passará, desde logo, pelo abandono da postura subserviente do actual executivo perante a União Europeia e a troika, cujos resultados desastrosos estão bem à vista de quem quer ver, na linha defendida, na última edição da Quadratura do Círculo, por António Costa, para quem a queda do governo de Passos et al. não tarda, sobretudo se se confirmar, como é previsível, o pronunciamento do Tribunal Constitucional no sentido de que as medidas inscritas no Orçamento do Estado sujeitas a fiscalização sucessiva estão feridas de inconstitucionalidade. De facto, em tal hipótese, dificilmente, o governo terá outra saída que não seja a porta da rua, porque, como se diz por aí, Passos, Gaspar e Portas não dispõem de alternativa. Numa tal eventualidade, nem o patrono Cavaco lhe vai valer.
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