"A única maneira de a História ser benevolente para com Cavaco Silva, o político que deu rosto a todos os pecados e omissões da III República, é a de ela nunca ser escrita."
(Viriato Soromenho-Marques; "O medo está ao leme". Na íntegra, aqui.)
Não me parece que Cavaco Silva alimente a "secreta esperança" de que assim seja, pois, se esse fosse o caso, não se afadigaria tanto a escrever prefácios de auto-elogio. Cavaco confia, porventura, que os historiadores se dêem ao trabalho de os ler.
Infelizmente para ele, nem Portugal vai desaparecer como "sujeito histórico", nem a história se faz com base em auto-elogios, pois os seus alicerces estão nos factos documentados e estes, digo eu, embora sem a objectividade que o decorrer do tempo proporciona, apontam, para já, para uma figura menor, capaz de todas as duplicidades, porque preocupada, antes de tudo o mais, com o seu umbigo.
Estou, por isso, em crer que o julgamento da história, por muito lhe pese e por muito que se esforce em contrário, não lhe será favorável.
O meu fica feito.
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