Não me parece que a prática seguida ultimamente pelo Presidente da República de promulgar uma lei e de ao mesmo tempo aparecer a criticá-la, seja um procedimento recomendável. O Presidente da República, em relação à nova lei do divórcio teve oportunidade de, nos termos constitucionais, manifestar a sua divergência, vetando a lei, num primeiro momento. Ficou clara nessa altura a sua posição. Aprovada de novo na Assembleia da República, por uma maioria superior a dois terços, o Presidente não podia, politicamente, recusar a sua promulgação e agiu em conformidade. Até aqui tudo bem. No entanto, a crítica simultânea da lei promulgada faz supor que o Presidente pretende também desempenhar as funções de professor de moral. Ora, nem a ele cabe o exercício de tais funções, nem os deputados são seus alunos. E não foi para exercer tais funções que ele foi eleito, acho eu. O PS tem, pois, toda a razão em demarcar-se das críticas do Presidente da República e, a meu ver, até poderia ir mais longe.
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